Por Davi Paes e Lima, jornalista, empresário, com mais de 20 anos de experiência em assessoria de imprensa e diretor na Paes e Lima Comunicação.
Muito vem se falando, em especial por especialistas em comunicação corporativa, sobre já estarmos vivendo uma “era pós-Google”. A forma de buscar e consumir informação vem mudando a passos largos: cada vez mais as pessoas recorrem a ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para obter respostas rápidas e (de certa forma) confiáveis. E aqui nem vou entrar na questão das redes sociais, afinal antes mesmo da popularização do ChatGPT muitos já haviam trocado o Google até mesmo pelo TikTok para fazer suas buscas de “conteúdo”.
Nesse novo contexto, o papel da Assessoria de Imprensa / PR ganha ainda mais relevância, pois é por meio dela que marcas e profissionais podem se posicionar de forma estratégica – e não de forma aleatória, jogando a sorte ao vento – em fontes legítimas, que servem de base para essas tecnologias.
Conquistar espaço na imprensa, seja em grandes veículos ou em publicações segmentadas – no caso de mídias especializadas em determinadas áreas –, vem se mostrando cada vez mais fundamental. A diferença é que hoje esses espaços não se limitam ao jornal impresso ou à reportagens e entrevistas em TV’s e rádios: essas veiculações reverberam automaticamente nos sites e redes sociais dos próprios veículos, ampliando o alcance e a permanência do conteúdo – o que fortalece a relevância digital de marcas e profissionais. Essa presença em canais de credibilidade cria lastro digital que as ferramentas de IA utilizam para validar informações e destacar fontes confiáveis.
Se décadas atrás abandonamos as listas telefônicas e depois os panfletos/folders para localizar os telefones e endereços de fornecedores (até mesmo na hora de pedir uma pizza), hoje ferramentas como o ChatGPT cumprem esse papel.
Já especula-se que cerca de 70% dos brasileiros utilizam alguma IA, e parte desses acessos se dá para buscar informação (o que há pouco tempo era feito quase que exclusivamente no Google). Logo, pode-se estimar, mesmo que de forma especulativa, que uma fração desses 70% de brasileiros já deve usar mecanismos como o ChatGPT para localizar fornecedores ou prestadores de serviço.
Eu mesmo já fui localizado por empresas que buscavam por uma agência especializada em assessoria de imprensa em Florianópolis.
Isso significa que estar na mídia não apenas fortalece a reputação diante do público, mas também garante relevância nos novos filtros de visibilidade. Quando um usuário pergunta algo a um assistente de IA, a resposta tende a se apoiar em veículos reconhecidos, em conteúdos consistentes e em fontes com histórico sólido.
É nesse ponto que a Assessoria de Imprensa se torna estratégica: ao conectar marcas e profissionais a veículos respeitados, e de forma recorrente, constrói-se uma base de confiança que a inteligência artificial não só reconhece, como também prioriza.
A chamada “era pós-Google” não diminui a importância da imprensa, pelo contrário: reforça sua centralidade. Afinal, por mais que as ferramentas mudem, a lógica permanece a mesma — credibilidade é insubstituível. Cabe às agências e assessorias compreenderem esse cenário e atuarem de forma proativa, garantindo que empresas e profissionais estejam onde importa: nos espaços de confiança que moldam tanto a opinião pública quanto os algoritmos.