Nem tudo é sinal.
Nem tudo é teste.
Nem tudo é o universo querendo te dizer alguma coisa.
Às vezes é só a vida.
Simples, imprevisível, desajeitada.
A mensagem que não veio.
O plano que não deu certo.
A porta que fechou antes de você passar.
Talvez não sejam inimizades do destino, só o tempo fazendo seu trabalho.
Mas a gente insiste em transformar tudo em metáfora.
Quer encontrar sentido até no silêncio, lição em toda dor.
Como se o viver precisasse justificar cada tropeço.
Nem sempre precisa.
Às vezes dói e ponto.
E, mesmo assim, passa.
O tempo não explica, mas ajeita.
Um dia, sem alarde, o peso sai do peito.
A ferida não ensina nada, só cicatriza.
E isso basta.
Porque viver não é um curso de autoconhecimento.
Nem um manual de superação.
É só atravessar o que vem, o bom, o ruim, o confuso, e continuar.
Nem todo recomeço é um renascimento.
Alguns são apenas continuação.
E tá tudo bem.
A gente chama de problema o que, na verdade, é só a vida se movendo.
E, no fim, ela sempre se ajeita.