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Os erros mais comuns nos palcos e como evitá-los com elegância

Foto: divulgação

Depois de anos observando palestras, aulas inaugurais, eventos corporativos e apresentações de líderes, percebi um padrão claro: a maior parte dos deslizes no palco não nasce da falta de conteúdo, mas de pequenas atitudes que minam a autoridade e a conexão com o público. Por isso, quero compartilhar os erros mais frequentes — e como evitá-los com consciência e preparo.

Diminuir-se diante do outro

É comum ouvir frases como: “Depois dessa palestra do fulano, nem sei o que falar…”. Parece humildade, mas o efeito é devastador: você se descredencia antes mesmo de começar.

Fulano fez a parte dele; agora é você. A plateia está aberta, curiosa e pronta para o que vem. Uma alternativa elegante: “Depois dessa palestra — que foi um verdadeiro show — espero que vocês também gostem do que preparei. O que trago agora complementa o que ouvimos.”

Você não é menor. Sua voz importa.

“O que mais eu poderia falar…?”

Essa frase soa como improviso e transmite despreparo. Já vi isso diante de quase cem pessoas — imediatamente a atenção se perdeu. Finalize com firmeza:“Esse é o conteúdo que preparei com carinho. Obrigado pela escuta”.

Um bom encerramento sustenta a lembrança positiva da sua fala.

Falar demais

No início da minha carreira, falei por mais de uma hora sem pausa em minha primeira palestra. Saí convencido de que havia arrasado — até ouvir: “Mas tu falas, hein?”

Foi um marco. Comunicação eficaz não é quantidade: é clareza. Quem fala demais, conecta menos.

Encerrar com “Não deu tempo…”

Esse comentário revela falta de gestão do tempo e deixa o público com a sensação de que perdeu algo importante. Planeje: 3 minutos por slide é uma boa média.

Agradecimentos longos

Educação é essencial, mas listas intermináveis quebram o ritmo. Seja elegante e direto — o público quer ouvir sua mensagem.

“Vou deixar um vídeo para encerrar…”

Vídeo no fim só funciona se for realmente a cereja do bolo. Caso contrário, esfria o impacto final. Coloque-o no auge da apresentação, não no fechamento.

Pedir desculpas o tempo todo

Assumir nervosismo é humano, desculpar-se repetidamente diminui você. 

Prefira: “Estou nervoso, mas sigo porque essa mensagem é importante”.

Errou? Corrija e continue. Não há problema em ser verdadeiro.

A comunicação é uma construção contínua. Cada palco ensina algo novo. Ao evitar esses deslizes, você avança um passo importante rumo a apresentações mais fortes, conscientes e impactantes. A sua mensagem é única e merece ser ouvida com atenção.

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Especialista em comunicação, mentor, professor de oratória, assessor de imprensa e palestrante.

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