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Direto ao ponto: o rótulo nunca me explicou

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Produtora de vídeos. Produtora de filmes. Agência de publicidade. Agência de conteúdo. Creator. Já me perdi no meio de tantos rótulos. E, honestamente, às vezes eu nem sei mais como chamar a POPS.

Vivemos numa época em que profissões nascem e morrem em meses. O que não existia há pouco tempo, hoje é tendência. O que é tendência hoje, talvez nem exista amanhã. Dar um título para uma empresa como a POPS virou quase um exercício inútil. Rótulos são pequenos demais para projetos grandes.

Em 2017, quando eu criei a POPS, éramos uma agência de social media. Era o boom do social media. Como hoje é o boom dos gestores de tráfego e de uma série de profissões de marketing que surgem como modas sazonais. Verdadeiras modinhas. Daquelas que aparecem. Explodem. Evaporam. Como o sorvete de iogurte. A paleta mexicana. E tantas outras coisas volúveis. Mercadologicamente falando.

Eu lembro bem desse período. Estava concluindo minha segunda graduação. A primeira foi Bacharelado em Ciência da Computação. A segunda, Publicidade. E caminhava para começar uma especialização em Cinema, e um mestrado que abandonei. Foi quando ouvi de um professor. Com a certeza de quem acreditava entender o futuro:

“Esse negócio de vender videozinho nunca vai dar certo. Instagram é foto. Facebook é compartilhamento. Vídeo para empresa vai funcionar para duas ou três. No máximo.”

Na minha cabeça já fazia sentido. E deu certo. Deu muito certo.

A POPS até mudou de nome tentando se entender no mercado. Primeiro fomos POPS Content. Depois POPS Filmes. E isso me incomodava. Éramos tratados como uma produtora comum quando nunca fomos. Não fazíamos casamentos. Não fazíamos aniversários. Não atuávamos em editais culturais. Nosso lugar era outro.

O mercado sempre tentou nos rotular. E a gente sempre fugiu.

Também sempre acompanhamos o mercado. Com consciência. Não por sobrevivência. Quando a pandemia chegou. Um momento trágico para tantos setores. Para nós foi o auge da demanda. Produzimos quase quarenta cursos online. Fomos um dos primeiros estúdios de podcast de Florianópolis. Talvez de Santa Catarina. Fechamos a operação depois. Não fazia sentido para a cultura da empresa. Não era o nosso DNA.

Voltamos para os filmes. Para o conteúdo autoral. Para o branded content. Mas para um nicho específico. Inovação. Tecnologia. Startups.

Hoje temos orgulho do caminho. Rodamos Santa Catarina inteira. Somos media partner do South Summit Brasil, que acontece anualmente em Porto Alegre. E da mesma forma, do Startup Summit em Florianópolis, em casa. Fazemos parte da Transcriativa Unesco SOST. Estamos dirigindo um documentário sobre o STUN Game Festival.

E é curioso. Media partner historicamente é território de jornalistas e assessorias. E lá estávamos nós. Uma empresa que nasceu social media. Virou produtora. Virou agência. Virou studio. Virou creator. Assumindo um lugar híbrido. Paradoxal. Necessário.

Por isso. Às vezes eu me pergunto. Afinal. O que a POPS faz?

Talvez a resposta seja simples. A POPS faz o que sempre fez. Conteúdo. Filme. Narrativa. Do social ao cinema. Do comercial ao documental. Do institucional ao jornalístico. Do post ao palco.

Se rotular pode ser bom. Mas também pode ser perigoso. O rótulo te coloca no meio dos iguais. No meio da manada. No lugar comum onde todo mundo parece fazer o mesmo. E talvez seja aí que a inovação morra.

Eu não tenho todas as respostas. Mas tenho um ponto de vista. Direto ao ponto.

O mercado muda. O nome muda. As modas mudam. A POPS não nasceu para caber em gaveta. Nasceu para construir. Um a um. O que ninguém mais está fazendo.

E talvez seja exatamente isso que ela é. E o que fazemos. Afinal, somos POPS.

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publicitário, documentarista e fundador da POPS, agência que desenvolve conteúdos de identidade marcante para o ecossistema de inovação de Santa Catarina.

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