O papel do Chief Financial Officer (CFO) está passando por uma profunda transformação no Brasil, tornando-se cada vez mais estratégico, tecnológico e orientado a impacto. É o que revela o estudo CFO Trends 2026, conduzido pelo Evermonte Institute, que se consolida como um dos maiores levantamentos do gênero no país, com 242 respondentes atuantes em companhias de diferentes portes e setores.
Realizada entre os dias 2 e 29 de setembro de 2025, a pesquisa mapeou as competências, desafios e prioridades que irão nortear a atuação dos CFOs em 2026. O estudo mostra que a competência mais valorizada no horizonte dos próximos anos é o direcionamento estratégico e a alocação de capital, apontada por 77,7% dos participantes. Em seguida, aparecem o business partnering e a influência no negócio (59,9%), além da aplicação de inteligência artificial e automação em finanças (55%). Completam a lista FP&A (52,5%); gestão de pessoas e desenvolvimento do time (50,8%); gestão de riscos e controles internos (42,6%); análise de dados (25,6%); e relações com investidores (19%).
A escassez de habilidades técnicas é outro ponto de atenção. Entre as mais citadas estão IA e machine learning aplicados à área financeira (52,1%), analytics (47,1%) e modelagem/cenários (44,2%). Já as principais barreiras à transformação da função financeira residem em uma cultura organizacional avessa a mudanças (55,8%), no excesso de demandas operacionais (50,8%) e na falta de integração dos sistemas (49,6%).
Para Artur de Castro, Managing Partner da Evermonte e economista de formação, os dados evidenciam o movimento em curso:
“O CFO deixa de ser um gestor de resultados e se torna um arquiteto de decisões com impacto estratégico. Há uma mudança clara em direção a um perfil mais analítico, integrado ao negócio e com domínio de tecnologias emergentes. Esse novo CFO precisa ser capaz de liderar transformações com uma visão sistêmica e conectada à criação de valor sustentável”.
Os temas com maior impacto para a agenda da liderança financeira incluem a definição de estratégia, citada por 80,2% dos respondentes, a busca por eficiência por meio da reestruturação de custos (71,9%) e o protagonismo na condução de processos de transformação (52,1%). A pesquisa também aponta que 87,2% dos CFOs no Brasil são homens e que 67,7% têm entre 41 e 55 anos de idade. A maior parte dos respondentes está concentrada nas regiões Sudeste (45,8%) e Sul (40,2%).
