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Cultura organizacional é o maior entrave para a construção de um plano sólido de sucessão

Foto: divulgação

A cultura organizacional ainda é o maior obstáculo enfrentado pelas empresas brasileiras quando o tema é planejamento sucessório. É o que revela o estudo “O Estado do Planejamento Sucessório no Brasil”, conduzido pelo Evermonte Institute. Segundo os dados, 34,2% das organizações apontam a cultura interna como principal entrave, seguida pelo foco no curto prazo (26,7%) e pela falta de priorização (24,2%).

Em muitos casos, o tema ainda é tratado como sensível e cercado por disputas de poder, o que leva sua discussão a ser adiada indefinidamente. Além disso, a ênfase em resultados imediatos faz com que as lideranças deixem de lado uma agenda essencial para a continuidade sustentável dos negócios.

“A sucessão ainda é vista por muitas lideranças como uma ameaça, e não como um processo estratégico. Sem um plano estruturado, as decisões acabam sendo reativas e desalinhadas com os objetivos de longo prazo da empresa”, afirma Guilherme Abdala, sócio cofundador da Evermonte.

Baixa maturidade sucessória ainda prevalece

O estudo revela que 46,6% das empresas brasileiras contam apenas com sucessores mapeados, mas não possuem um programa formal estruturado. Apenas 8,1% afirmam ter um plano formal implementado de forma consistente, com acompanhamento pelas principais lideranças. Outras 16,1% possuem planos formais, mas com implementação parcial ou inconsistente. Já 29,2% não têm sequer um plano ou mapeamento.

Apesar da baixa maturidade dos processos, a percepção sobre a importância do tema é elevada: 31,7% dos respondentes classificam o planejamento sucessório como “muito importante” e 23% como “importante”. Ainda assim, essa valorização não se traduz em ações práticas e estruturadas.

“As empresas até reconhecem a importância do tema, mas esse entendimento não tem se transformado em ações concretas”, reforça.

Critérios de avaliação ainda são limitados

Quando o assunto é a identificação de sucessores, os principais critérios utilizados pelas empresas são o potencial de liderança (66,5%) e a avaliação de desempenho (62,1%). No entanto, apenas 24,8% consideram feedbacks de pares e subordinados, e 18,6% não utilizam nenhum dos critérios sugeridos.

A baixa adoção de avaliações 360º compromete a visibilidade sobre competências essenciais como colaboração, influência e gestão de pessoas, favorecendo a escolha de perfis com histórico técnico, mas nem sempre preparados para liderar em contextos de alta complexidade.

Sobre a pesquisa

“O Estado do Planejamento Sucessório no Brasil” é um estudo inédito desenvolvido pelo Evermonte Institute com o objetivo de aprofundar o entendimento sobre a maturidade do planejamento sucessório nas empresas brasileiras. O estudo contou com a participação de 161 profissionais em posições de liderança – incluindo gerentes sêniores, diretores, C-Levels e membros de Conselho – com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

Além de trazer um panorama detalhado sobre a realidade das organizações brasileiras, o material oferece análises consistentes sobre tendências de mercado, riscos associados à ausência de planos estruturados e oportunidades de fortalecimento da cultura organizacional, com o objetivo de apoiar empresas na construção de estratégias de sucessão mais eficazes e sustentáveis.

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Referência em recrutamento executivo na Região Sul do Brasil, a Evermonte tem como propósito garantir a evolução da governança corporativa por meio do recrutamento de lideranças estratégicas. Com escritórios em Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Joinville, o grupo conta com uma equipe de headhunters especialistas, com vasta experiência nas áreas para as quais recrutam. Seus processos seletivos são conduzidos a partir de uma metodologia própria, que inclui a utilização de ferramentas de Inteligência Artificial, people analytics e avaliação cognitiva para garantir os melhores resultados aos seus parceiros.

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