Os negócios locais estão sendo os mais afetados pela crise gerada em decorrência da pandemia do coronavírus.
Além do suporte governamental, por meio de políticas públicas destinadas aos microempreendedores e profissionais autônomos, as comunidades podem ser o apoio fundamental para que a sobrevivência desses negócios seja garantida.
Desenvolver proximidade e trabalhar em conjunto com outros empreendedores são boas saídas. Além disso, os consumidores também podem fazer a sua parte.
Um ponto forte dos pequenos negócios que contribui nesse momento e fará diferença no futuro é a proximidade com a comunidade.
“O novo perfil de consumidor que deve surgir após a pandemia certamente dará preferência a um serviço mais personalizado e humanizado”, avalia Pedro Galoppini, CPO da Involves, empresa de tecnologia especializada em soluções de trade marketing.
Para ele, no entanto, essas empresas precisam apostar na digitalização e oferecer alternativas para os clientes:
“Uma pesquisa da Nielsen mostrou que aumentou para 32% o percentual de pessoas que realizaram pela primeira vez uma compra online em e-commerce de autosserviço durante a crise. Antes, o número era de 20%. É preciso dar atenção a esse novo comprador. Paralelo a isso, alguns pequenos e médios estão respondendo à demanda e passaram a usar plataformas como iFood e Rappi, reduzindo o impacto nas vendas durante a pandemia”.
Iniciativas de apoio aos negócios locais já estão acontecendo, por meio de compras com voucher ou por meio de aplicativos de entrega.
Jonatan da Costa, CEO e fundador da Área Central, scale up especialista em gestão de redes e centrais de negócios, explica que existe uma série de ações dos consumidores que podem fazer a diferença:
“Pedir delivery de restaurantes locais, participar de clubes de fidelidade, pagar antecipadamente, na medida do possível por serviços e pacotes para usufruir depois da quarentena, pagar antecipadamente por alimentos perecíveis e combinar de receber em casa semanalmente, entre outras. Todas essas ações permitem que a economia da comunidade sobreviva porque o dinheiro vai continuar entrando”.
Outra forma de ganhar força num momento de crise é trabalhar em conjunto.
Atuar em redes associativas e centrais de negócios pode ser a luz no fim do túnel para lojistas.
O empresário afirma que quando unidos em grupos associativos, os empreendedores têm mais força, conseguem reduzir custos, realizar boas práticas e aumentar o poder de barganha com os fornecedores:
“Esse modelo de negócio permite empoderamento aos mais diversos segmentos e, em tempos de crise, é um diferencial competitivo importante. Eles conseguem entrar no páreo de forma mais justa com grandes players do mercado. A tecnologia vem para agregar à gestão dessas entidades, automatizando negociações e centralizando dados”.