As emissões de mercado de capitais registraram captação de R$ 19,7 bilhões em março, uma redução de 57,8% em relação ao mês anterior.
A pesar do decréscimo, no ano, o total captado foi de R$ 81,4 bilhões contra R$ 60,6 bilhões do mesmo período do ano passado, um avanço de 34,2%.
Entre as ofertas que estão em andamento e em análise, os volumes esperados até o momento são de R$ 6,9 bilhões e R$ 5,5 bilhões, respectivamente.
Os efeitos da crise gerada pela pandemia do coronavírus levaram a um processo de postergação das operações de mercado de capitais diante da incerteza dos investidores quanto à evolução do cenário no curto e médio prazo.
Em março, as maiores captações foram das debêntures com R$ 5,6 bilhões (equivalente a 28 operações), que representaram 28,6% do total, seguidas dos FIDCs (R$ 4,6 bilhões), com 23,2% do total, e dos fundos de investimentos imobiliários, com R$ 3,7 bilhões e 18,7% do total.
Vale atentar ao fato de que apenas a captação da BR Eletro representou 80,7% do montante captado pelo FIDC no período.
As ofertas subsequentes de ações (follow-ons), que vinham apresentando volume relevante nos últimos meses, assim como as captações externas de títulos e ações, não registraram captação em março.
TRIMESTRE
No trimestre, as debêntures registraram captação de R$ 16,8 bilhões, o que corresponde a 20,7% captado no ano, contra R$ 28,1 bilhões do mesmo período do ano passado.
Até março, os maiores subscritores de ofertas públicas vêm sendo os intermediários e participantes ligados à oferta, com 77,8% do volume ofertado.
Os fundos de investimento detêm uma parcela de 17,5%.
O prazo médio de colocação foi de 6,2 anos contra 4,9 anos das emissões registradas no primeiro trimestre do ano passado.
Desses recursos, 42,3% foram direcionados para o capital de giro.
O refinanciamento do passivo das empresas (incluindo a recompra ou resgate de debêntures de emissão anterior), que foi o item mais relevante nas captações de debêntures nos últimos anos, representa 24,2% do montante captado.
As operações de renda variável no período representaram 38,4% do total captado no trimestre, correspondente a R$ 31,2 bilhões.
Esse resultado foi consequência do peso da operação de ofertas subsequentes de ações (follow-ons) da Petrobrás em fevereiro, que correspondeu a R$ 22 bilhões, conforme mencionado no boletim de março.
Os IPO’s (emissão primária de ações) complementaram o volume com captação de R$ 4 bilhões no ano.