Por Beny Fard, fundador e CEO da Spin, primeira e maior plataforma de inovação Startup+Indústria do Brasil
É possível que a economia global esteja passando por sua maior crise desde a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929. É possível também que nenhuma empresa, nem mesmo nos cenários mais pessimistas, tenha sequer esboçado um cenário de gestão de risco associado a uma pandemia como a que estamos imersos. E ela nos acertou em cheio.
Entretanto, tenho observado que as empresas cuja cultura organizacional possui maior adaptabilidade são aquelas que estão melhor ajustando seus produtos e serviços à nova realidade que nos foi imposta pelo coronavírus.
E penso que estas mesmas empresas, mais flexíveis e ágeis, serão aquelas que irão sobreviver à esta crise, bem como liderar um grande processo de transformação pós-crise com a conquista de novo market share deixado para trás por empresas que não puderam se adaptar.
Adaptar-se em tempos de crise é sinônimo de inovar. E tem sido assim há muito tempo.
Ao observarmos os momentos de graves crises econômicas passadas, perceberemos que algumas das maiores empresas globais nasceram ali, em momentos de grande incerteza e insegurança. Algumas delas:
- Meados de 1960: Walmart, Pizza Hut e Hyatt
- Meados de 1973: Microsoft e Apple
- Meados de 1980: Adobe e Compaq
- Meados de 1990: Amazon e Hotels.com
- Meados de 2002: Facebook, Tesla e SpaceX
- Meados de 2008: Uber, Airbnb, Spotify, Whatsapp e Pinterest
Ou seja, de fato, crises podem ser verdadeira oportunidades únicas para a criação de negócios revolucionários, com base nas reais necessidades das pessoas.
Este processo de descoberta daquilo que o cliente valoriza de fato necessita que as empresas possuam suas atenções voltadas ao comportamento de consumo e à cultura organizacional pronta para as adaptações necessárias a fim de vender mais e melhor para os clientes certos, aquilo que se denomina customer centricity.
Por outro lado, a inovação aberta com uso da tecnologia é uma ferramenta bastante poderosa para interagir e cocriar com clientes, compreendendo melhor seu comportamento e reais necessidades, permitindo, assim, que haja uma maior entrega de valor a este consumidor da forma mais rápida possível a fim de garantir sua fidelização pelo maior tempo.
Nesta crise não importa qual produto ou serviço sua empresa produz, mas, o que importa de fato é qual a necessidade do consumidor e do mercado e qual o valor percebido na solução que sua empresa entrega.
Adapte-se, reinvente-se e foque na demanda do mercado e na capacidade de sua empresa prover, com os recursos que ela possui, aquilo o mercado mais deseja, agora!