A chegada da pandemia do coronavírus fez com que o mundo se adaptasse.
Por orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a melhor forma de evitar o contágio é ficar em casa.
Isso originou grandes mudanças sociais, como a adoção de trabalho remoto e até fazer compras online que, segundo pesquisa feita pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), aumentaram em 100% em relação ao mesmo período (fevereiro e março) do ano passado.
Em meio a tantas adaptações por conta das medidas restritivas, CEOs e diretores de startups e empresas notaram que alguns hábitos poderão ser adotados permanentemente, tanto pelas instituições quanto pelos consumidores.
Home Office
O trabalho remoto foi uma das principais medidas tomadas por empresas em função do isolamento social.
Na visão de Carina L. Dallabrida, analista de DHO da Unifique, operadora de Timbó eleita a melhor do país em banda larga pela Anatel em 2019, o home office se provou eficiente:
“Já cogitávamos o modelo antes mesmo da pandemia, mas tivemos que acelerar o processo. Foi grande desafio mas conseguimos, em apenas 10 dias, direcionar quase todos os nossos profissionais ao trabalho remoto. Mesmo com aumento de tráfego de rede em até 40%, conseguimos manter a operação em perfeita sintonia”.
Ela destaca que “o home office pode ser possível, mesmo em empresas de grande porte. A produtividade se manteve e sabemos que esse modelo traz benefícios aos colaboradores. Estamos estudando a possibilidade de alguns setores permanecerem nesse formato mesmo depois da quarentena”.
Educação a distância
No mundo inteiro, universidades e empresas trocaram aulas, eventos e treinamentos presenciais pelo ensino a distância, webinars, calls online e outras práticas digitais.
Recentemente, um estudo de mercado realizado pela consultoria americana Bain & Company apontou que essa explosão de demanda deve se manter em alta no longo prazo. Inúmeras tecnologias já permitem fazer treinamentos em grande escala, com alto potencial de engajamento dos funcionários e bons resultados relacionados ao aumento da produtividade.
A principal delas é a Plataforma de Experiência de Aprendizagem, que permite à empresa personalizar a educação dos funcionários.
Segundo Luiz Alberto Ferla, fundador e CEO da empresa de educação digital DOT digital group, a ferramenta tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo:
“A educação a distância dá ao profissional maior flexibilidade para estudar a hora e no local que quiser, pelo dispositivo que preferir, e autonomia para escolher os conteúdos para se desenvolver de acordo com seus objetivos. É um investimento com retorno garantido”.
Automação de processos financeiros
Automatizar processos pode facilitar o dia a dia mesmo sem o isolamento social, já que agiliza os processos internos, reduz custos e substitui metodologias de baixa eficiência organizacional. Quando falamos da área financeira não é diferente.
“Atividades manuais, como pagamento de fornecedores, têm grandes chances de apresentar falhas, mas com um software que pode fazer isso e também validar as contas favorecidas, tudo fica mais fácil e seguro”, explica Guilherme Verdasca, CEO da Transfeera, startup open banking.
Novas experiências de compra
Se a quarentena está privando os consumidores de visitarem lojas físicas, onde podem ver, tocar e manusear objetos, como fazer o processo da compra online ser tão prazeroso quanto?
“Mesmo sem pandemia, os e-commerces já vinham se fortalecendo a cada ano. Por isso é tão importante investir em soluções para trazer uma experiência de compra mais rica, diferenciada e assertiva. Digitalizar os seus produtos em 3D e utilizar realidade aumentada, por exemplo, possibilita que o usuário tenha uma visualização muito mais real do seu catálogo, aumentando a taxa de conversão e a satisfação do cliente”, comenta Gustavo do Valle, CEO da CreativeDrive, produtora global de fotos e vídeos que atua no Brasil com soluções de tecnologia.
Atendimentos públicos digitalizados
Diante da recomendação de isolamento social para reduzir a proliferação da doença, os gestores municipais têm recorrido à comunicação virtual com a população.
Para Jéferson Castilhos, cofundador da 1Doc, plataforma em nuvem presente em mais de 100 municípios do país, o processo digital é um caminho natural a ser seguido:
“Em uma época de restrições de contato, a transformação digital ganha força. Sem digitalização dos serviços, o setor público fica extremamente prejudicado”.
Entrega de produtos não é mais opcional
Com as pessoas em casa, os serviços de entrega foram essenciais para negócios manterem suas operações, especialmente àqueles que não dispunham dessa opção antes.
“O setor de entregas de produtos foi impulsionado como nunca antes. Restaurantes, mercados, farmácias e tantos outros empreendimentos precisaram se adaptar e viram que esse serviço não é opcional. Quem não tinha estruturado isso antes, vai ter um prejuízo muito maior e agora corre contra o tempo para aprender como fazer”, avalia Jonathan Pirovano, CEO da Motoboy.com, startup de Joinville especializada em entregas ultrarrápidas.