A pandemia do coronavírus fez com que muitas empresas diminuíssem sua produção, causando impactos negativos na economia, principalmente para micros e pequenos empresários.
Uma maneira de impulsionar os negócios e ajudar a sair dessa crise é começar a planejar novos acordos com o mercado internacional.
Sandro Marin, diretor da Tek Trade, empresa de comércio exterior com sede em Balneário Camboriú, explica que a exportação é uma forma de ampliar os negócios dos pequenos produtores visando o aumento dos lucros em longo prazo:
“A dica é começar a planejar uma parte da produção para a exportação, entre 5% e 10%, e aumentar este percentual à medida que o produto ficar conhecido e competitivo lá fora. Existe também um ganho que pode ser sazonal em função do câmbio do momento, por exemplo. Mas o importante é manter o fluxo de exportação, ser fiel ao importador ao longo do tempo”.
Dessa forma, de acordo com ele, o exportador brasileiro passa a ser conhecido e respeitado globalmente:
“Como atualmente o mercado está muito recessivo, é possível que o industrial tenha máquinas paradas, mas com condições de produzir mais. Se produz mais, pode começar a preparar parte desta produção para exportação, reduzindo seu custo fixo unitário, já que ganha em escala de produção. Essa é uma oportunidade que vemos que é pouco explorada no Brasil ainda. Dessa forma, quando o cenário econômico estiver se normalizando, pode ser um diferencial competitivo”.
NÚMEROS
Atualmente, os pequenos negócios representam apenas 36,2% do total de empresas exportadoras de Santa Catarina, segundo o último levantamento feito pelo Sebrae, em 2017.
“Os empresários não conhecem a legislação da exportação, como, por exemplo, a não incidência de alguns impostos sobre os produtos. Quando se vende no mercado interno, além de pagar imposto de renda e contribuição social, o empresário tem que arcar com uma cadeia inteira de impostos como IPI, Pis e Cofins e ICMS. Já na exportação, é preciso pagar apenas o imposto de renda e contribuição social sobre o lucro”, explica o diretor.
EMPRESA DE MODA PRAIA APOSTA NO MERCADO EXTERNO
Com 16 anos de atuação no mercado de moda praia, a marca catarinense Sabrina Fattori é uma referência quando o assunto é exportação de micro e pequenas empresas.
Com sede em Itajaí, no litoral catarinense, a indústria de confecção começou exportando menos de mil peças por ano.
No ano passado, foram mais de 45 mil itens exportados para países como Estados Unidos, Espanha, África do Sul, Israel, República Dominicana, Argentina, Uruguai, Peru e Chile.
O empresário Antônio Volnei Barbosa, responsável pelo comercial da empresa, explica que o negócio nasceu como uma revendedora de multimarcas. No entanto, para entrar e atender o mercado internacional, precisou modificar os processos:
“Para iniciar a exportação foi necessário garantir 100% da qualidade dos produtos. Precisávamos nos equiparar à média do mercado lá fora e, para isso, não poderíamos terceirizar o serviço. Foi quando veio a necessidade de abrir uma fábrica e desde 2009 nós produzimos com mão de obra local todas as peças que vendemos”.
No início, a empresa tentou explorar o mercado exterior por conta própria, mas percebeu a fundamental necessidade de recorrer a uma empresa especializada na área de exportação que facilitasse todos os processos, no caso, a Tek Trade.
“É importante buscar uma empresa para facilitar toda a parte de consultoria, documental e, principalmente, o despacho, o que é um ponto preponderante para quem deseja começar a exportar, além de pesquisar o mercado e descobrir como entrar nos países. Os pequenos e médios empresários têm certo receio porque pensam que não têm estrutura e que é um processo complexo, mas não é”, conclui o empresário.