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Open banking: benefícios ao sistema financeiro brasileiro

Por Elisa Simão, gerente Sênior da PwC Brasil

Recentemente, o Banco Central comunicou que o Sistema Financeiro Aberto, também chamado de Open Banking, é uma medida prioritária na sua agenda. Tal importância dada pelo BC é totalmente justificável, visto que as ações de Open Banking no Brasil vêm acompanhando um movimento global. Já implementado no Reino Unido, está em curso para esta etapa nos Estados Unidos, Austrália, Japão, Hong Kong e União Europeia. 

Índices divulgados no primeiro semestre de 2020 demonstram ainda mudanças expressivas no sistema financeiro nacional no que diz respeito à sua composição, modelos de operação e relacionamento com os clientes. Dados também divulgados pelo regulador informam que, até julho de 2020, o Brasil já contava com 30 fintechs com processo de autorização para funcionamento concluído, sendo 24 Sociedades de Crédito Direto (SDC) e 06 Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP), número que deve aumentar ainda mais nos próximos anos. 

Os bancos tradicionais também vêm buscando ampliar o seu portfólio de produtos investimento em fintechs e firmando parcerias com empresas do segmento de tecnologia e soluções digitais. Diante do cenário econômico desafiador enfrentado nesse momento de pandemia, movimentos como estes vem contribuindo para a democratização e acesso ao crédito, bem como fomentando a injeção de recursos na economia. 

Mas afinal, o que é open banking? Quais os benefícios que pode trazer aos clientes? Ainda: quais os fatores de riscos que devem ser observados pelas instituições financeiras brasileiras a fim de endereçar o sucesso da criação desse sistema? O Open Banking propõe o compartilhamento padronizado de dados e serviços pelas instituições financeiras brasileiras através da abertura e da integração de seus sistemas, com a aplicação de interfaces dedicadas voltadas a essa finalidade. 

Os benefícios e diferenciais que o Open Banking pode proporcionar aos clientes são: maior variedade de opções, autonomia, liberdade e a redução de custos quando da busca e contratação de produtos financeiros. Tais fatores decorrerão da maior competitividade, gerada pela redução de barreiras de entrada para novos produtos e serviços financeiros a serem ofertados aos clientes. Há a expectativa, portanto, que o Open Banking possibilite a simplificação no gerenciamento das receitas, despesas, dívidas e investimentos, proporcionando aos clientes melhores condições na gestão da sua vida financeira. 

Com o open banking, a variedade de informações cadastrais e transacionais disponíveis sobre os clientes aumenta expressivamente quando comparada ao Cadastro Positivo. Portanto, para que o Open Banking atenda adequadamente aos propósitos de benefícios previstos e, consequentemente, tenha aderência junto aos clientes do sistema financeiro nacional brasileiro, há medidas de controle técnicas e de negócio chaves, que devem ser adequadamente mapeadas, avaliada e implementadas a fim de responder aos riscos inerentes ao processo. 

As mudanças e inovações na forma de atuação e relacionamento com clientes já são uma realidade no sistema financeiro brasileiro e, sem dúvida, também se apresentam como uma excelente oportunidade para as instituições que compõem esse mercado avaliarem se as suas estratégias de negócio estão alinhadas a este contexto. A busca pela eficiência, inovação e segurança nos processos internos e serviços ofertados serão iniciativas essenciais para atendimento dos objetivos e princípios do Open Banking no Brasil. Tais ações, quando desenvolvidas sob um ambiente de governança e controles internos maduros, contribuirão para o crescimento contínuo e sustentável do sistema financeiro nacional.

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