Antes de mais nada, gostaria de agradecer pelo convite que me foi feito pelo Economia SC para fazer parte do time de articulistas. É muito bom saber que há pouco mais de um ano Blumenau ganhou este site de notícias especializado, que abre mais um importante espaço para a informação de qualidade no nosso estado. Mas também é uma grande satisfação saber que o site tem hoje uma relevante audiência em São Paulo, onde dirijo a Secretaria estadual de Turismo.
integração pela notícia de dois estados que são líderes da economia nacional é de fundamental importância para a indústria turística brasileira que, junto com o consolidado agronegócio, deve ser uma grande alavanca do crescimento do país no pós-crise.
É claro que minhas raízes blumenauenses também me deixam muito sensibilizado, porque tenho ligações sentimentais e profundas com a cidade onde passei infância e boa parte da juventude, tendo como lar a nossa casa nos altos da rua Petrópolis, onde hoje por grata coincidência se localiza um empreendimento turístico de envergadura, o Villa do Vale Boutique Hotel.
E é sobre Blumenau que vou escrever este primeiro artigo, começando por dizer que a cidade não é um município do interior de Santa Catarina. Era no tempo de sua fundação. No tempo do Vapor Blumenau.
Hoje Blumenau é praticamente, ou quase, um município litorâneo. E quase um município portuário. Por este “quase”, Blumenau e o Médio Vale estão perdendo muito tempo.
Fazem 17 anos que se espera pela duplicação da BR-470 até Navegantes, um trecho de apenas 55 quilômetros. Essa duplicação que poderia ter sido feita se tivéssemos mais força política? Poderia, mas não a realidade não é esta. Ou quem sabe poderíamos ter feito nós mesmos uma super-rodovia privada, de seis pistas e vicinais, com média de 110 quilômetros por hora e pedagiada. Algo como a via rápida de Criciúma (esta com 13 quilômetros), só que feita em parceria com a iniciativa privada.
Meu argumento na atualidade é deixar de tratar este trecho como uma simples ligação e passar a tratar essa rodovia como a ampliação de uma ideia: a de que o espírito de Blumenau, que foi tão forte em Santa Catarina até os anos 90, se estenda novamente sobre um corredor até o mar, junto com Gaspar, Ilhota e Luiz Alves, parte indelével desse “espírito”.
A ideia prossegue por uma estrada como meio de “colonização empresarial” de encontro ao grande “T”, entre Florianópolis e Joinville (ou “Floriville”) e o “T” menor, o turístico, entre Balneário Camboriú e Penha com o Parque Beto Carrero.
O acesso ao Vale pela rodovia Jorge Lacerda foi o primeiro piso asfaltado do estado e poderia permanecer como caminho alternativo.
Mas a nova estrada, autônoma, com pistas e vicinais, teria o dom de inaugurar um amplo território planejado de desenvolvimento, até porque o sentido de Blumenau não é um espaço físico-político, mas sim uma ideologia de empreendedorismo e desenvolvimento.
Blumenau que fundou a indústria têxtil, o turismo catarinense, a restauração da arquitetura colonial, as feiras e eventos, a internacional Oktoberfest, a computação de dados e a moderna imprensa de Santa Catarina.
Em alemão, no bom sentido da palavra: “Lebensraum”, a ideia em busca de espaço vital encontrará de volta na Foz do Rio a origem do Vapor Blumenau. Grandes navios e aviões. Este é o futuro que quer chegar.