A Capital Brasileira da Cerveja conquistou o título alicerçada na relação do município e dos seus moradores com a bebida.
Há registros de produção de cerveja em Blumenau desde os primeiros anos da imigração que deu origem ao município.
Para celebrar esta história, a marca que leva o nome da cidade decidiu homenagear uma das mais longevas fábricas da bebida: a Cervejaria Feldmann, que funcionou por mais de 60 anos.
Em setembro, a Cerveja Blumenau vai lançar, com o nome da tradicional marca, uma Bock.
A escolha não é por acaso. De acordo com os registros, a Feldmann lançou a primeira Bock produzida no Brasil, no início do século XX.
O diretor executivo da Cerveja Blumenau, Valmir Zanetti, afirma que relembrar a história faz parte do desejo da marca:
“Nós queremos olhar para a tradição, valorizar o presente deste mercado e ajudar a construir o futuro”, diz. “A história da Feldmann é inspiradora porque tem nela muito do que Blumenau se tornou hoje no universo cervejeiro: sinônimo de dedicação, inovação e educação cervejeira”.
Nelson Feldmann, bisneto do fundador da cervejaria, Heinrich Feldmann, ficou surpreso com o contato da cervejaria para a homenagem:
“Ficamos muito felizes com o processo de resgate das memórias e do nome da nossa família. Tivemos conversas com o time da cervejaria, compartilhamos memórias e o respeito que todos tiveram com as nossas histórias e com o papel da Cervejaria Feldmann na construção da marca cervejeira de Blumenau nos emocionou”.
Matérias-primas locais: um novo passo para Blumenau
Para desenhar a receita desta Bock, o cervejeiro Marcos Guerra e a equipe mergulharam na história das cervejas do início do século XX.
“Estudamos o que há de registros sensoriais e matérias-primas disponíveis na época para tentar remontar características que fizessem jus a uma cerveja tão importante quanto a primeira Bock do Brasil”, destaca.
Há, por exemplo, indícios de sabores defumados por conta do processo de malteação, feito à lenha na época.
Junto com a preocupação com a história, a cerveja também aponta caminhos para o presente e futuro do mercado cervejeiro: os maltes utilizados são da Malteria Blumenau e os lúpulos colhidos na região, da Lúpulos Vale Europeu.
“Acreditamos que uma forma de valorizar a história é, também, mostrar de que forma ela contribuiu para a construção do cenário cervejeiro local hoje em dia, que se expande para além das fábricas e chega nas matérias-primas, processos, serviços e conhecimento. Teremos uma cerveja que alia história e terroir. Mal podemos esperar para compartilhar essa receita com os consumidores”, complementa.