Por Jeferson Rosa, mentor da aceleradora da Área Central.
Em constante crescimento no Brasil, o mercado de aceleradoras tem ganhado cada vez mais espaço entre as mais diversas áreas do empreendedorismo. São mais de 50 no país, segundo levantamento feito em parceria entre a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A Acelerar, lançada em 2020 pela Área Central, faz parte desse cenário de desenvolvimento. Ela surgiu da necessidade de estruturar as centrais de compras que existem no Brasil e que têm dificuldade de performar. Além disso, norteia pequenos empreendedores de diferentes segmentos que não sabem como projetar seus negócios.
Trabalhando nesse segmento há mais de 20 anos, entendemos que grupos de empresas precisam alcançar certo amadurecimento para ter a melhor recompensa possibilitada pela compra conjunta. Esse processo pode levar até dois anos para ser concretizado, mas, a partir da mentoria incluída na aceleradora, ele é finalizado entre seis e oito meses. O modelo de capacitação é baseado em pontos estratégicos que auxiliam no desenvolvimento de negócios. Por isso, a mentoria intensifica a conexão com o ecossistema de inovação nacional, fomentando o mercado.
Com um vasto histórico de informações da Plataforma de Gestão da Área Central, somadas à análise de dados e insights, conseguimos chegar na metodologia da Acelerar. Entre os principais serviços da mentoria na aceleradora estão a análise de como e qual produto adquirir, os prazos para efetuar a aquisição, auxílio na negociação e como otimizar o processo de compra conjunta. Esses pilares estão diretamente conectados com o desempenho das empresas. São muitas as variáveis, como o mix de produtos, por exemplo, mas essa consultoria pode gerar uma economia de aproximadamente 10%. Tudo isso somando o uso da tecnologia com a expertise em consultoria, contribuindo com o ecossistema de inovação.
O processo de mentoria possui muitos diferenciais. Entre eles, está a jornada que o empresário percorre. Ela começa com a coleta de informações, sempre feita com antecedência. Se é um grupo iniciante, por exemplo, o início conta com a explicação das diferenças entre as compras individuais e conjuntas. No próximo passo é feito o cadastro e categorização de fornecedores e de produtos. Tudo isso utilizando a tecnologia a favor da tomada de decisão e com o acompanhamento de um gestor de projetos, que garante que há alinhamento entre todos os envolvidos. Com a coleta de todos os dados, nosso software disponibiliza gráficos com os fornecedores mais relevantes, além de identificar stakeholders disponíveis para conexões. Ou seja, esse trâmite pulveriza o potencial do grupo.
Como esse modelo envolve decisões de várias pessoas, pode levar certo tempo para ajustar o período de compra. Durante a mentoria, todos os detalhes são acompanhados. O impacto do resultado ocorre logo depois da primeira transação, já que o processo anterior é mais teórico. A experiência ocorre com sinergia para que todos os envolvidos fiquem satisfeitos, fomentando o mercado e os negócios que estão inovando para crescer.
Outro ponto que vale ressaltar é que a compra conjunta não é feita apenas para revenda. As empresas podem adquirir produtos que vão consumir e essa também é uma possibilidade que pode impactar fortemente no resultado, sendo mais um diferencial que deve ser levado em consideração. Além disso, não é obrigatório que as transações sejam realizadas por companhias do mesmo segmento. Elas só precisam ter um ponto convergente para poder comprar junto, como quando um posto de combustíveis compra produtos para a conveniência com uma mercearia que disponibiliza esse mesmo produto, por exemplo.
Com as orientações da mentoria na aceleradora, é possível alavancar os negócios, aproveitando o potencial do mercado e oferecendo ferramentas que auxiliem os associados a desbravarem as melhores oportunidades.