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O nirvana da transformação digital da gestão pública

Foto: Envato/Elements

Uma gestão pública de valor sem dúvidas está entre os desafios mais complexos de qualquer estado ou município brasileiro.

Por sermos um país diversificado e populoso, melhorar a eficiência da administração pública demanda um esforço hercúleo.

As prefeituras reconhecem a necessidade de sair da idade do papel, mas essa mudança ainda é cercada por inúmeras dúvidas e, ouso dizer, tabus. 

Afinal, o que é uma prefeitura à prova de papel? Na prática, como ser ou fazer um governo digital? 

Implantar uma aplicação web na qual qualquer cidadão pode solicitar o alvará pela internet, sem sair de casa, e a prefeitura responde na hora, tudo online.

Esse é um bom jeito de ser digital. Além de eficiência, comodidade e agilidade para o cidadão, a tecnologia também agrega valor à gestão. 

Ao acabar com o trabalho repetitivo e operacional do escopo do funcionário municipal, para privilegiar tarefas complexas e relevantes para desenvolver uma cidade inteligente e sustentável, reduzimos a entropia do processo e o gestor público libera recursos humanos para desatar outros nós, muito mais importantes para o governo e o cidadão.

Em Florianópolis (SC), por exemplo, um requerimento que durante décadas levou meses para ser emitido, agora é liberado em instantes.

O alvará instantâneo para construção de residências unifamiliares é só o início de uma transformação digital, e real, da gestão pública municipal da metrópole de Santa Catarina.

Com isso, boa parte dos servidores consegue trabalhar em novas automações ou melhorar serviços já prestados ao cidadão, bem como se dedicar a análises de projetos com maior potencial de impacto na cidade, como shoppings e condomínios, e que trazem um ônus ao Município para que ocorram de forma sustentável. 

Essa é a maior prova de que não há governo ágil sem expertise, além de um grande esforço político e tecnológico.

A tecnologia, sem dúvidas, se tornou um braço forte para acelerar a digitalização dos serviços públicos, ampliar a transparência e embasar decisões da gestão municipal. Mas deu para perceber o denominador comum dessa equação? 

As inovações e soluções tecnológicas nos ajudam a viver melhor, mas o cidadão está sempre no centro do desenvolvimento.

Esse é o nirvana de uma transformação digital. Resolver as ineficiências no setor público e tornar os serviços mais eficientes tem a ver com pessoas.

Afinal, muito mais que um canal de acesso, as prefeituras prestam os serviços públicos mais próximos dos cidadãos. 

Por isso, uma cidade digital, inteligente e eficiente é construída pela gestão pública quando as decisões e soluções são focadas nas pessoas, sejam elas servidores ou cidadãos. 

Por outro lado, as prefeituras estão no limite do teto de gastos com folha de pagamento, então investir em automação se tornou a única saída.

Essa foi a chave que inúmeras prefeituras já viraram. Uma delas é a Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Itajaí (SC), onde meia dúzia de servidores, todos os dias, trabalhavam exclusivamente para reunir documentos e revisar processos antes de enviarem para o analista. 

Desde que a prefeitura decidiu colocar esse fluxo no piloto automático, o potencial desses seis servidores foi aproveitado em tarefas relevantes, enquanto um sistema faz o resto, de forma automática, sem falhas ou necessidade de impressão de uma folha de papel sequer. 

A prefeitura que decide automatizar seus processos, seguindo os moldes de Itajaí, tem condição de realizar esse trabalho quatro vezes mais rápido, envolvendo cada vez menos servidores. 

Apesar das restrições burocráticas para investir em inovações, as govtechs, startups que desenvolvem soluções para o governo, estão aí para provar que o futuro já é presente em muitas prefeituras.

Prova disso é Mogi das Cruzes (SP), onde a população conta com 42 tipos de requerimentos digitais, o que provocou a redução de mais de 70% no tempo para aprovação de projetos relacionados a obras. 

Em pouco mais de duas semanas o responsável pela obra já está com o alvará na mão, ao invés de aguardar mais de 2 meses, como antigamente.

Para alguns municípios, migrar do papel para o digital pode ser coisa do passado. Já para outros, o futuro é o que está sendo vivido agora e falar de serviços públicos à prova de papel ainda é algo absurdamente inovador.

Mas sair do presente para um momento melhor do que o hoje, deve ser o futuro a ser perseguido por todo gestor público. 

Cada cidade vive uma fase de maturidade digital e poder dar respostas para cada uma delas, construindo pontes para a inclusão de todas as pessoas, é a missão de quem está ativamente envolvido, como eu, na transformação digital da gestão pública.

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Arquiteto, fundador e CEO da Aprova, a suíte de soluções que moderniza a gestão pública, agiliza o atendimento ao cidadão e já ancorou a economia de R$ 50 milhões em cidades brasileiras. Em 2022 captou a maior rodada de investimentos em uma govtech na América Latina.

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