Para quem quer começar no mundo dos investimentos é muito importante conhecer o seu perfil de investidor.
Isso vai auxiliar a montar uma carteira com ativos que mais combinam com o estilo de vida e os objetivos financeiros.
De acordo com a Sarah Amaral Fabrício, analista de educação fnanceira da Cooperativa Financeira Unicred Central Conexão, o perfil de investidor trata-se de uma análise que as instituições financeiras fazem dos clientes. Inclusive, essa é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que instrui as instituições a fazerem uma análise do perfil para oferecer os melhores investimentos:
“Essa análise é um questionário, com perguntas cujas respostas guiam as instituições sobre o perfil do investidor. Dependendo das respostas, a instituição pode classificar o cliente em três perfis: conservador, moderado ou arrojado”.
Ela esclarece que nenhum perfil é melhor que o outro, pois cada um tem características e particularidades:
“Assim, esse teste de perfil de investidor, mais conhecido como Análise de Perfil do Investidor (API) ou Suitability, é uma ferramenta tomada como base para as instituições indicarem os ativos que mais se adequam a cada pessoa”.
CONSERVADOR
O conservador é aquele que não quer correr nenhum ou poucos riscos. Entende-se que risco é o grau de incerteza que determinada aplicação pode ter em relação ao rendimento. Dessa forma, o investidor conservador quer ter a garantia de que o dinheiro vai render aquilo que está em contrato.
“Neste perfil, existem alguns exemplos de investimentos conservadores, que são os Renda Fixa, como por exemplo, o Tesouro Direto, os CDBs e RDCs. São aplicações que têm de antemão a taxa de juros que incidirá sobre o valor investido e quanto o dinheiro vai render no final do período contratado” explica.
MODERADO
A pessoa que tem um perfil de investidor moderado, significa que ela aceita correr um certo risco nas aplicações. Não chega a ser totalmente conservadora, buscando um pouco mais de rentabilidade, mas prefere não correr riscos em aplicações muito arrojadas.
“O moderado transita entre os perfis conservador e arrojado. Ele pode investir em Renda Fixa, com baixo risco, e fundos de ações, com risco um pouco maior. Esse perfil de investidor costuma diversificar mais as aplicações e, geralmente, busca conhecer melhor o mercado financeiro”, complementa.
ARROJADO
Já o investidor arrojado é aquele que aceita correr mais riscos para ter mais rentabilidade. Este perfil está disposto até a perder parte do valor investido. Porém, isso significa que ele tem grandes chances de recuperar esse valor no futuro e ainda ganhar mais com isso.
“O arrojado geralmente tem um conhecimento mais amplo do funcionamento do mercado de investimentos, o que facilita acompanhar as variações e em quais momentos pode investir”.
As finalidades dependem do objetivo da pessoa e sua aversão ao risco.
“Se ela pretende comprar um veículo em curto prazo, pode contar com investimentos conservadores. Eles vão entregar rendimentos em um período suficiente para adquirir o veículo. Além disso, corre menos riscos. Por outro lado, se a pessoa deseja investir dinheiro em objetivos de longo prazo, pode ir para o mercado de ações. Como o rendimento é proporcional ao risco, ela pode ter uma rentabilidade maior. Esse tipo de investimento é indicado, pois, em um período mais longo, dá para compensar as incertezas do mercado”, destaca a analista.
De acordo com Sarah, não há uma regra que dite como o perfil do investidor deve se comportar, mas o conservador pode sim se tornar moderado ou arrojado, bem como ao contrário:
“Ao fazer o teste de perfil de investidor, as instituições financeiras oferecem produtos adequados àquele perfil. Porém, elas podem perceber mudanças nos tipos de aplicação contratados ao longo do tempo. Assim, sugerem outros investimentos ao cliente, desde que a API esteja atualizada”.