Siga nas redes sociais

Search

O que (quase) ninguém vê: inovação financeira é também inclusão

Foto: divulgação.

Um dos grandes movimentos que a digitalização do mercado financeiro proporcionou foi a inclusão. Há alguns anos, toda a burocracia para se abrir uma conta em um banco limitava a possibilidade de muitos brasileiros, especialmente aqueles sem renda ou trabalho fixo. Um autônomo, por exemplo, tinha muita dificuldade de validar todo o seu trabalho porque não tinha como justificar a sua renda através de um demonstrativo formal, como o conhecido holetire do CLT.

Assim, o número dos chamados “sem banco” era considerável. Até 2010, para se ter uma ideia, 81 milhões de brasileiros não tinham conta em banco, o que representa cerca de 41% da população naquele ano, segundo o Banco Central.

Quase metade dos brasileiros, portanto, não estava incluído no sistema financeiro tradicional do país e, desse modo, não podiam realizar transferências, investimentos, empréstimos ou uma poupança. Se olharmos para esse cenário, fica evidente que o surgimento de novas ferramentas através de soluções disruptivas propostas pelas fintechs teve um papel crucial no bem-estar financeiro da população.

Não estamos falando apenas de facilidade para a maioria de nós, que bem ou mal, já tinha sua conta e até conseguia resolver parte de suas tarefas bancárias sem ir presencialmente a uma agência. Mas se para você, que agora faz tudo online, a desburocratização através da inovação teve um papel fundamental na relação com o dinheiro, imagine para quem estava à margem desse sistema.

É justamente a população com trabalho informal e de classe mais baixa que pode transformar sua relação com as finanças com o apoio da inovação. Vemos a comprovação dessa inclusão em números. Recentemente, o Banco Central divulgou um levantamento que mostrou que, entre 2017 e 2021, o número de adultos com conta em instituições financeiras cresceu 14%.

Além disso, um grande destaque é o uso de pagamentos digitais no país, que acelerou a redução da desigualdade: em 2017, 43% das pessoas em grupo de baixa renda utilizavam pagamentos digitais, contra 68% dos mais ricos. Em 2021, 72% da população de baixa renda já usa pagamentos digitais.

E essa evolução terá consequências positivas no longo prazo também: hoje falamos muito mais abertamente sobre educação financeira, investimentos, crédito e poupança.

As novas gerações, inseridas no digital desde o berço, verão de forma muito natural suas relações com o próprio dinheiro. Ganhamos todos: individualmente, com todas as facilidades oferecidas (já fez um PIX hoje), coletivamente, com a inclusão bancária, e economicamente, com pessoas inseridas no sistema e que têm acesso a serviços que apoiam o crescimento da economia regional e nacional.

Leia outras colunas do Nilton Spengler Neto clicando aqui.

Compartilhe

Diretor de operações da PagueVeloz

Leia também

Receba notícias no seu e-mail