O último ano teve desempenho positivo em relação às operações de crédito e aos investimentos propostos pela Finep.
Até o início de dezembro, a instituição contratou mais de R$ 6,4 bilhões em operações de crédito. O aumento significativo no volume de crédito liberado é resultado da redução das taxas de juros, além da ampliação dos recursos disponibilizados.
De acordo com Bruno Rodrigues Camargo, gerente da Regional Sul na Finep, em comparação aos anos anteriores, os números de 2023 são históricos:
“Em 2022 foram quase R$ 4 bilhões e R$ 1,6 bilhão em 2021. Isto é, um valor bem acima do que operamos nos últimos anos e acima também da nossa meta de R$ 5 bilhões em 2023”.
Na região Sul, os investimentos conduzidos pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) destacaram-se em diversos setores. O BRDE foi pioneiro como agente financeiro credenciado e, desde então, tem mantido sua posição como o principal canal de repasse de recursos da Finep, respondendo por mais de 40% dos repasses anuais, no âmbito do crédito descentralizado. A parceria no ano passado resultou no apoio a 184 projetos, totalizando um investimento de R$ 644 milhões.
Nas linhas de crédito descentralizadas, com foco em empresas de porte médio, a indústria de transformação se destaca, representando 62% do montante captado e 52% do total de operações. Em seguida, vem o setor de tecnologia da informação e comunicação, contribuindo com 13% do valor e 19%.
Na opinião de especialistas, esses recursos desempenham um papel importante para a competitividade, conforme destaca Ilisangela Mais, sócia da Prana Inovação e Recursos, especializada em estruturar projetos de inovação para empresas brasileiras, com destaque para as indústrias:
“As linhas de crédito são cruciais para o reposicionamento de empresas em vários setores, ao oferecer condições de financiamento favoráveis para seus projetos inovadores, cujo risco é amenizado pelas taxas atrativas e longos prazos de carência“.
Ela explica que as empresas que buscam esse tipo de recurso precisam destacar o componente inovador dos seus projetos, pois o potencial de inovação e o seu impacto no mercado são os principais fatores para obter as melhores condições e aproveitar da forma mais eficiente os recursos captados. Somando as operações diretas e descentralizadas, somente em 2023, a Prana viabilizou a captação de R$ 345 milhões junto à Finep para empresas das regiões Sul e Sudeste.
“Nosso papel é simplificar o processo de estruturação de projetos, apoiando a identificação daquelas iniciativas que tenham mais aderência às linhas da Finep. A partir daí, construímos a apresentação dos desafios, projeções de gastos e indicadores que tornem o processo transparente e de fácil gestão para todos os envolvidos”, complementa.
Tratando-se de recursos públicos, a clareza de objetivos e aplicação dos recursos é requisito básico para o sucesso dos projetos.
Expectativas para os próximos anos
A perspectiva para os próximos anos é de um cenário promissor no que diz respeito à captação de recursos destinados à inovação no país.
“Com o lançamento do programa Mais Inovação, uma colaboração entre o MCTI, Finep e BNDES, estão previstos investimentos expressivos na ordem de até 60 bilhões de reais até 2026, dos quais 40 bilhões serão disponibilizados através da Finep”, esclarece Bruno.
Além do financiamento reembolsável, a ministra Luciana Santos anunciou chamadas que totalizam mais de R$ 850 milhões em subvenção econômica durante a COP28.
“Em breve, serão anunciadas novas chamadas para diversos setores, visando tanto empresas quanto Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs). Nosso objetivo é gerar um impacto real na capacidade de inovação do setor produtivo, gerando melhores empregos e aprimorando a qualidade dos serviços oferecidos à população brasileira”, afirma.
O BRDE também tem visão positiva para o ano de 2024, conforme diz o presidente do BRDE, João Paulo Kleinubing:
“Temos a satisfação de ter o BRDE no topo da lista das instituições financeiras com maior repasse de recursos para projetos de inovação por meio da Finep. Isso demonstra nossa aproximação com o fomento da ciência, tecnologia e inovação. Essa parceria já trouxe importantes resultados ao desenvolvimento da região Sul. A conquista de novos mercados está diretamente associada à capacidade em agregarmos inovação e novas soluções tecnológicas”.