A indústria de transformação de Santa Catarina encerrou janeiro com produção em queda de 3,1% em comparação a dezembro do ano passado, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.
O desempenho, embora significativo, já era esperado, pois reflete um ajuste diante de fatores atípicos que impactaram os números de dezembro. O resultado ficou abaixo da produção brasileira, que apontou baixa de 1,6%.
Para o presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, o desempenho negativo da produção industrial em janeiro não representa uma reversão da tendência de recuperação da indústria:
“Os dados de janeiro mostram um ajuste na produção, especialmente em dois segmentos relevantes para a economia de SC, o de confecções e o de produtos de metal. Ambos subiram expressivamente e de maneira atípica em dezembro e agora estamos observando uma correção desse movimento”.
O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, explica que o desempenho da indústria catarinense, quando desconsiderados os fatores sazonais, está mostrando uma recuperação lenta, que acompanha a trajetória da taxa de juros:
“Podemos ver um movimento de recuperação das indústrias de bens de consumo duráveis e de bens de capital, motivado em parte pela queda dos juros”.
Na comparação com janeiro do ano passado, a produção industrial do estado cresceu 6,3% no primeiro mês do ano. Dos 14 setores analisados, apenas 3 ainda apresentam nível de produção inferior ao mesmo período do ano passado: confecção e artigos de vestuário (12%), fabricação de móveis (3%) e papel e celulose (1,2%).
As maiores altas na comparação foram dos setores de máquinas e equipamentos (28,5%), máquinas e materiais elétricos (19,8%) e produtos de borracha e plástico (18,1%). Esses números podem ser explicados pelo nível de consumo das famílias.