Recentemente tive a oportunidade de conversar com o grande empresário José Fernando Faraco, um dos fundadores e primeiro presidente da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia).
Ele me contou a história dos primeiros anos da entidade, que nasceu no centro de Florianópolis, na antiga sede da empresa dele, a Dígitro.
A primeira reunião não contou com mais do que dez abnegados empresários, em um ainda incipiente e imaturo ambiente para negócios de tecnologia.
Desencorajados por muitos e apoiados por poucos, resolveram seguir em frente, com parcos recursos, mas certamente com o propósito claro que aquela empreitada geraria grandes frutos futuramente.
Hoje a ACATE é uma associação que aprendeu a se reinventar ao longo dos seus 38 anos de existência, e atualmente conta com aproximadamente 1.800 empresas de base tecnológica associadas e distribuídas por toda Santa Catarina.
Elas, juntas, desempenham um papel crucial no impulsionamento desse importante setor que, pelas projeções da ACATE, vai atingir a marca de 10% do PIB do estado até 2030.
Nosso movimento gera impactos inclusive além das divisas catarinenses, em diversas regiões do país, como o projeto que a ACATE desenvolve em parceria com instituições e empresas para a criação de um polo de bioeconomia na região de Santarém, oeste do Estado do Pará, no coração da Amazônia, bioma brasileiro que está no centro de um grande debate mundial.
Essas ações se somam a um desejo que nasceu na associação anos atrás e vem se intensificando: internacionalizar o setor de TI de Santa Catarina.
Hoje a ACATE possui uma filial no Canadá e organiza missões internacionais para conectar o nosso ecossistema com o que há de mais atualizado na inovação em hubs na Europa, América do Norte e América Latina.
O objetivo da associação é claro: tornar Santa Catarina um player global de inovação, para que seja reconhecido como o estado mais dinâmico na inovação da América Latina.
Para isso, a referência precisa ser o mundo. Israel, por exemplo, investe cerca de 5% do PIB para estímulo à ciência e tecnologia e ao fomento público de startups, número acima de qualquer outro país no mundo.
Isso faz com que as maiores empresas de tecnologia do planeta construam laboratórios no país, formando milhares de profissionais que, por consequência, criam negócios disruptivos e de muito valor agregado, sendo responsável por grandes inovações do mundo moderno nas mais diversas áreas, em especial as da saúde, energia e segurança.
Por que não imaginar isso para o Brasil, começando por Santa Catarina? As ambições são enormes. A tecnologia é um ponto em comum para uma maior integração das diferentes regiões do estado e país, além de servir como motor para o desenvolvimento educacional e social local.