Siga nas redes sociais

Search

Jornalista de SC cria marca de roupa exclusiva para pacientes com câncer

Foto: Moniky Alves/divulgação.

A jornalista e empresária de tecnologia Samantha Leal convive com um câncer de mama desde 2015. Há dois anos a doença se tornou mais agressiva e foi para os pulmões, mas nem por isso ela se deixou abalar.

Conhecida no mercado de blockchain com uma das mais experientes relações públicas, ela fundou uma startup de tokenização em 2021, ao lado da sua sempre sócia e amiga Daniela von Hertwig Meyer.

A jornalista lembra que, desde o início do ano, enfrentava um momento desafiador por conta dos efeitos colaterais das medicações.

Tenho 46 anos e um dia acordei em plena menopausa, não foi um processo, ela chegou como um soco no estômago. Ao mesmo tempo, a medicação me dava dores articulares terríveis, fadiga, enjoo e diarreia, fora que suprimiu de vez todos os hormônios do meu corpo. Acabei entrando em uma depressão. Não tinha terapia e nem antidepressivo que fizesse a minha alegria voltar”, lembra. 

Por conta dessa angústia, ela escreveu uma carta para o Vaticano contando a sua história na esperança de ter uma audiência ou benção do papa. E a resposta positiva veio. Ela precisava ir para a Itália. 

Pensei, uma oportunidade como essa não acontece duas vezes, o que eu tenho a perder? Juntei todas as minhas economias e fui. Como não podia ir sozinha, minha mãe me acompanhou. Mal eu sabia as surpresas que essa viagem me reservava”, conta.

A primeira parada foi Milão. Ela comenta que a cidade nunca fez parte da sua wish list, mas por algum motivo mágico, Deus quis que ela fosse pra lá. E no Duomo de Milão, aos pés de uma imagem que ela nunca tinha visto, começou a chorar.

Intrigada com esse súbito sentimento fui ler de quem era a imagem. Era Santa Ágatha, protetora das mulheres com câncer de mama. Aí mesmo é que desabei. Ao sair dali minha cabeça começou a ferver e no meu caderninho de sonhos comecei a desenhar o que viria ser a Santa Agatha Oncoclothes”, relata. 

A inspiração veio da lembrança dos incômodos durante os exames e tratamentos em que passava frio e tinha que fazer acrobacias com a roupa para não ter que colocar o avental da clínica ou hospital.

Pensei que se eu tinha essa necessidade, outras pessoas poderiam ter também.  Queria fazer algo acessível, prático e confortável para esse momento. E por que não bonito?”, afirma.

As roupas da Santa Ágatha OncoClothes contam com zíper nas mangas e nas golas para as pessoas que usam cateter, coletam sangue, fazem hemodiálise, injetam medicações, entre outros. Segundo ela, os tecidos são confortáveis, para uso diário, alguns deles 100% algodão, outros Dryfit e com UV50, e todos com fios sustentáveis.

A empresária conta que o empreendimento começou tímido no instagram e, com menos de 1 mês, já ganhou vários seguidores, desfiles e entrevistas agendadas.

O lançamento oficial será no Outubro Rosa, mas já temos encomendas até o final do ano. Projetamos um faturamento de R$ 500 mil até janeiro de 2025”, destaca.

Outro ponto importante foi a parceria com as instituições de apoio aos pacientes com câncer, como Amucc (Amor e União contra o Câncer), Avoc (Associação de Voluntários do Cepon) e Rede Feminina de Combate ao Câncer (Governador Celso Ramos).

Fizemos doações de blusas para arrecadação dessas associações e pretendemos fazer outras campanhas para ajudar. É uma forma de devolver tudo o que elas fizeram por mim e pelos pacientes do estado”, finaliza. 

Compartilhe

Tudo sobre economia, negócios, inovação, carreiras e sustentabilidade em Santa Catarina.

Receba notícias no seu e-mail

Leia também