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O paradoxo que limita o crescimento das marcas brasileiras

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Foto: Daniel Zimmermann.

Um grande paradoxo que eu tenho visto no mercado e que gostaria de comentar hoje com vocês.

Todos sabemos que o mercado está cada vez mais competitivo, mais agressivo e mais acelerado, com novas tecnologias surgindo a cada momento, transformações gigantes no comportamento dos consumidores, e a criação de novos modelos de negócios que assolam a concorrência.

Além disso, é consenso que as empresas precisam investir nas marcas, desenvolver as pessoas, e criar conexões humanas.

Mas porque será que, diante desse cenário, muitas empresas não valorizam a área de Marketing? Porque, na prática, muitas vezes o que vemos é o Marketing ficar relegado a atender demandas dos outros departamentos, e, muitas vezes, com pessoas extremamente sobrecarregadas realizando tarefas rotineiras, sem uma visão estratégica?

Porque que vemos, além da juniorização, áreas de marketing com várias pessoas fazendo certo as coisas, mas nem sempre fazendo a coisa certa?

Esse é um grande paradoxo que precisa ser resolvido.

E um outro grande fenômeno que eu vejo é que a área de marketing acaba sendo apenas um birô de comunicação dentro da empresa, subordinada à área comercial, e sem autonomia para decidir posicionamento de marca nem estratégia.

Se a sua empresa é muito diferente disso, PARABÉNS. No Brasil, ela pertence à exceção, não à regra.

Mas precisamos que o Marketing seja muito mais valorizado dentro das empresas. Mais do que discurso, prática de verdade. Empresas voltadas ao mercado de verdade, e que usam o marketing de forma estratégica em todas as etapas, desde a concepção de um produto até a entrega de valor na comunicação do dia-a-dia. O marketing vai muito além da comunicação.

Posicionar marcas e criar estratégias efetivas de Marketing não pode ser deixado na mão de curiosos. Ou você chamaria um ortopedista para fazer uma neurocirurgia? O que vale para a medicina deveria valer para o Marketing. Mas, infelizmente, ainda temos muitas pessoas não habilitadas em Marketing cuidando dessa área.

E qual é a consequência?

Bom, 30% do PIB do Brasil é gerado pelo agronegócio, e o Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de alimentos. Mas pense bem e me diga se existe alguma marca brasileira de alimentos que é globalmente reconhecida? Eu desconheço.

E o café? E o chocolate?

Porque não existem marcas brasileiras globais?

Nós nos contentamos com muito pouco, e acabamos gerenciando muito bem as marcas estrangeiras. Mas falhamos para criar marcas brasileiras verdadeiramente globais.

E nem a EMBRAER, que é a terceira maior fabricante global de aviões comerciais e poderia ser um exemplo positivo, realiza seu potencial. Faça uma pesquisa com gringos e veja que ela é absolutamente desconhecida.

Infelizmente, marcas brasileiras internacionais até existem, mas marcas globais criadas no Brasil, ainda não.

E isso pode ser consequência desse paradoxo que vivemos no nosso mercado.

É sinal de que ainda temos muito a evoluir, do interior às capitais, para realizar o potencial do Brasil e criar marcas brasileiras verdadeiramente GLOBAIS.

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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