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Outubro Rosa: o lado sombrio

Foto: divulgação.

Outubro é o mês em que muitas empresas e organizações exibem orgulhosamente o lacinho cor-de-rosa, símbolo do Outubro Rosa. Vemos posts nas redes sociais, campanhas de marketing e produtos temáticos. Mas a pergunta que não quer calar é: será que tudo isso vai além do “marketing colorido” e realmente impacta a vida das pessoas?

Outubro Rosa me revolta — não pelo movimento em si, mas pelo fato de que, para muitos, ele se resume a uma fachada vazia de “apoio” sem ação concreta.

Esse já era um tema que me incomodava há alguns anos, mas que se tornou escancarado após meu próprio diagnóstico e tratamento, no ano passado.

“Apoiar a causa”: mas como?

Empresas dizem: “Outubro Rosa, nós apoiamos esta causa”. Mas, ao ler isso, é difícil não questionar: apoiam como? Apoio real vai além de um post na mídia social. Significa contribuir, engajar, ser parte da solução de forma prática.

  • Você fez uma doação? Para o pedágio da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), para uma instituição de pesquisa, ou para um hospital que trata pacientes oncológicos? Saiba que a maioria inclusive aceita pix.
  • Serviu como voluntário? A presença de voluntários em hospitais e instituições que tratam de pacientes com câncer ajudam, além dos pacientes, as famílias que passam por momentos difíceis ao lado de seus entes queridos.

Essas são ações que fazem diferença de verdade. Apoiadores são aqueles que, de fato, colocam a mão na massa e ajudam, não aqueles que se limitam ao “lacinho cor-de-rosa” nas redes sociais.

O câncer vai além da prevenção: é sobre apoio humano

A detecção precoce é o principal fator de sucesso do tratamento, mas o apoio emocional e a sensibilidade ao tratar o tema do câncer de mama são bálsamos para a alma. Incentivar mulheres próximas a fazerem exames regulares é extremamente importante, mas o papel de alguém que apoia o Outubro Rosa vai muito além disso.

  • Incentivou as mulheres próximas a você? Quantas vezes você lembrou aquela amiga, colega de trabalho ou familiar a fazer o autoexame? Quantas vezes você ajudou a agendar a mamografia? Pequenos gestos de incentivo podem salvar vidas.
  • Visitou alguém em tratamento? Quem enfrenta um diagnóstico de câncer passa por um turbilhão de emoções. Muitas vezes, o isolamento é um dos maiores desafios. Uma visita, uma mensagem, uma palavra de conforto podem mudar o dia de alguém que está passando por isso.

E mais: quantas vezes você perguntou a uma amiga em tratamento como ela está de verdade? Não de uma maneira superficial, mas mostrando que você se importa genuinamente. Saber ouvir, estar presente, são atitudes que importam muito. Quando se trata de câncer de mama, uma das maiores causas de mortalidade entre as mulheres no Brasil, a solidariedade e a empatia deviam fazer parte do tratamento.

O medo do silêncio e a omissão por não saber o que dizer

Muitos de nós evitam o contato com alguém em tratamento por simplesmente não saber o que falar. Existe o medo de falar algo “errado” ou de não conseguir confortar. Spoiler: ninguém sabe exatamente o que dizer. Eu mesmo eu já passei por isso e não soube o que dizer. O importante é não se omitir. O que conta é a presença, acredite. Uma piada boba, um momento de descontração,podem significar mais do que uma palavra perfeita.

Em vez de se afastar, aproxime-se. Mostre que você está ali, presente, mesmo que seja apenas com um abraço ou com a disposição de ouvir. Não subestime o poder de pequenos gestos em momentos tão delicados.

Outubro Rosa não pode ser apenas um símbolo

Enquanto o Outubro Rosa for de posts vazios, ele falhará em sua missão. O câncer de mama continua sendo a principal causa de morte de mulheres no Brasil. Para mudar esse cenário, precisamos ir além do marketing colorido e partir para ações que verdadeiramente toquem a vida das pessoas.

O lacinho cor-de-rosa é um lembrete poderoso, sim, mas deve ser apenas o ponto de partida. É necessário transformá-lo em algo real, palpável. É essencial transformar o apoio simbólico em ações que salvam vidas, seja através de contribuições financeiras, apoio emocional, voluntariado ou incentivando a prevenção.

Outubro Rosa é um chamado. Não é só e usar rosa, é um compromisso verdadeiro. Se você realmente acredita na causa, pergunte a si mesmo: como posso fazer a diferença este mês? O que posso fazer para que uma mulher que está passando por essa luta se sinta menos sozinha? Se cada um fizer sua parte, poderemos mudar o impacto do câncer de mama no Brasil e, quem sabe, salvar vidas que precisam desse apoio real.

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Fundadora da Vino Marketing Digital

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