A apresentação histórica de Lady Gaga no Brasil reacendeu um fenômeno que tem ganhado força no mundo todo: o gig tripping, a prática de viajar para outro estado ou país com o objetivo principal de assistir a um show ou festival.
Mais do que um simples deslocamento para ver um artista ao vivo, o gig tripping representa um novo comportamento de consumo no turismo: a experiência como protagonista. O espetáculo deixa de ser o fim e passa a ser o começo de uma jornada que mistura cultura, lazer, descoberta e memórias.
Um novo jeito de planejar viagens
Antigamente, a agenda de shows se adaptava à rotina de cada um. Hoje, é o contrário. Fãs e entusiastas estão dispostos a cruzar fronteiras em nome da música — e transformar esse momento em uma viagem completa.
Não se trata apenas de festivais gigantescos como Rock in Rio ou Lollapalooza, mas também de turnês intimistas, apresentações únicas e experiências imersivas em cenários icônicos. E o melhor: isso vale tanto para quem vai até Londres quanto para quem cruza o Brasil de Sul a Norte para um show em Salvador, Manaus ou Recife.
O que move o viajante-show?
- Economia criativa e turismo afetivo: É sobre viver o momento, mas também sobre fomentar o comércio local, a hotelaria, os restaurantes e o transporte. Um show movimenta toda uma cadeia.
- Conexão emocional: Ver seu artista favorito em um lugar novo potencializa a lembrança — cria histórias que serão contadas por uma vida inteira.
- Personalização: Cada viagem de gig tripping é única. Pode incluir experiências gastronômicas, visitas culturais e descobertas espontâneas que só a música é capaz de proporcionar.
Gig trips imperdíveis para 2025
Selecionei algumas experiências que valem cada quilômetro percorrido no próximo ano:
- Andrea Bocelli na Toscana (Itália): Em julho, o tenor se apresenta no Teatro del Silenzio, em Lajatico, sua cidade natal. Uma noite sob o céu toscano que une arte, paisagem e emoção.
- Coldplay na Europa: A banda britânica segue com sua turnê mundial em estádios cheios de energia, como o Olympiastadion em Berlim e o Stade de France em Paris. Um convite para unir música e turismo urbano.
- The Town (SP) e Rock the Mountain (RJ): No Brasil, festivais com curadoria artística e estrutura de ponta seguem atraindo visitantes de todos os cantos. Uma boa pedida para conhecer novos artistas e revisitar cidades com outro olhar.
- Festival de Verão Salvador e Bananada (GO): Fora do eixo Rio-SP, eventos que misturam ritmos, linguagens e públicos, e que fortalecem ainda mais o turismo de experiência em terras brasileiras.
Dicas para viver sua gig trip ao máximo
- Programe com antecedência: Ingressos e hospedagens costumam esgotar rápido.
- Explore o entorno: Aproveite a viagem para conhecer a gastronomia, os museus e as belezas naturais do local.
- Busque voos alternativos: Muitas vezes, é mais vantajoso (e interessante) montar o roteiro por cidades vizinhas.
- Leve tempo, não pressa: Gig tripping é sobre presença, não performance. Vá com calma.
Quando o show é só o começo
Em tempos de hiperconectividade, o valor da experiência presencial cresce de forma exponencial. O gig tripping é, em essência, uma resposta emocional e criativa a isso: viajar para sentir — e não apenas ver — a música.
Seja para ouvir Bocelli entre vinhedos italianos ou para dançar ao som de Ivete Sangalo na orla de Salvador, 2025 será um convite aberto para quem quer fazer da música o seu próximo destino.