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Um Espírito Santo visto pela primeira vez

Nesta semana, especificamente entre os dias 7 e 13 de julho, estou imersa pelo ecossistema de Vitória, no Espírito Santo. Como isso se conecta com os negócios que tenho em São Paulo, Santa Catarina e Paraná? Vou tentar contar com o máximo de detalhes para você. Aliás, é a minha primeira vez aqui.

Como diz minha amiga Larissa Anselmo, que me acompanha nessa viagem registrando o roteiro por aqui, Vitória é uma mistura de Florianópolis (por também ser uma ilha) com o tempero carioca, afinal, as praias e a vibe por aqui tem seu pé no Rio de Janeiro. O motivo de eu estar aqui é um convite do Sebrae-ES, que nesse ano decidiu convidar jornalistas para conhecer e poder contar em seus veículos de comunicação o que se passa por aqui.

Mas, Vitória tem suas particularidades. O dia 8, na terça-feira, foi dedicado exclusivamente para conhecer os pontos turísticos da região. Nessa jornada, uma das primeiras passagens com a van foi pela ponte mais alta de Vitória, a Ponte Darcy Castello de Mendonça, também popularmente conhecida como a terceira ponte. Ela se destaca por sua altura de 70 metros, conectando Vitória a Vila Velha, numa extensão de 3,3 quilômetros.

Essa passagem foi para chegar no Convento da Penha, uma das obras religiosas mais importantes do Brasil. A construção começou em 1568, no cume do penhasco, uma capela, que em 1569 recebeu de Portugal a imagem de Nossa Senhora da Penha, hoje padroeira do estado, fundada pelo frade franciscano Pedro Palácio, que continua na capela.

Um detalhe que chamou a atenção foram duas palmeiras logo no pé da subida da capela. Todos os anos, durante a Festa da Penha, é montado um rosário gigante de 20 metros de comprimento e cerca de 50 quilos. A estrutura é idealizada por dezenas de voluntários há quase 30 anos. Quem começou essa tradição foi o médico Osmar Sales, de 69 anos.

Crédito: Morro do Convento

Maior produtor e exportador de mármore e granito do Brasil, representando uma parcela significativa da economia estadual, o Espírito Santo gera bilhões de reais em receita anual e emprega cerca de 25 mil pessoas diretamente e 100 mil indiretamente, segundo o Sindirochas. Esse material, além de ser um importante pilar da economia, também é muito visto em suas edificações históricas. No geral, o estado contribui fortemente para a balança comercial brasileira, sendo responsável por 82% do faturamento nacional nessas exportações. A cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do estado, é considerada a capital brasileira do mármore e granito, abrigando grande parte das empresas do setor.

Um outro fato curioso contado pelo guia turístico Marcelo é sobre a cidade de Guarapari, que tem o registro do maior marlim azul já pescado, O peixe pesava 636 kg e tinha 4,62 metros. Ele foi fisgado em 1992 pelo pescador Paulo Amorim, a cerca de 50 km da costa. Nessa mesma linha, Vitória tem o título de maior manguezal urbano do Brasil e um dos maiores do mundo. Ele se estende por cerca de 11 quilômetros quadrados. Fruto desse território, nossa visita seguiu para as Paneleiras de Goiabeira, considerada o primeiro patrimônio imaterial do Brasil, nomeado pelo IPHAN. Trata-se de um grupo de artesãs que produzem panelas de barro na região de Goiabeiras. E olha como elas são reconhecidas: no dia que postei que estava lá, minha amiga e advogada especialista em Indicação Geográfica, Bárbara Giacomazzo de Carvalho, me respondeu pelos stories do Instagram que já havia estudado um pouco sobre!

Elas produzem artesanalmente panelas de barro utilizando técnicas tradicionais transmitidas de geração em geração. O processo de produção inclui a extração do barro do Vale do Mulembá até a queima das panelas ao ar livre. De acordo com o guia, por ser totalmente artesanal, muitos restaurantes de São Paulo encomendam essas panelas. E uma curiosidade: a moqueca só é considerada capixaba se for feita nessas panelas. Como o processo é feito literalmente nas mãos, pois não se usa tornos ou equipamentos elétricos para auxiliar nessa produção, não existe um padrão como conhecemos no mercado, considerando características de uma linha de produtos de marcas, por exemplo. Quando alguém encomenda uma panela com essas artesãs, o que determina o tamanho é a quantidade de pessoas que vão comer, ou seja, para 2 pessoas, para 4 pessoas, ou famílias com mais pessoas. Isso gera ainda mais a identidade única de cada produção, uma verdadeira personalização artesanal.

A visita seguiu para um almoço no Maresias, em Manguinhos. Pé na areia e muito bonito, o chef Davi nos recebeu com uma sequência de pratos da casa e uma experiência única. Nos apresentou os ingredientes e contou um pouco sobre a história da moqueca capixaba. Aliás, nota 10!

Terminado o almoço, seguimos por cerca de 1h (e durante o trajeto todos caíram na soneca) até chegar num dos pontos turísticos mais hypados do momento. Visitamos a segunda maior estátua do Buda no mundo e a maior do Ocidente. O espaço é aberto para visitação todos os dias, não tem muros ou portões, basta chegar e apreciar um lindo monumento de 35 metros, maior que o Cristo Redentor. Inaugurada em agosto de 2021, foi feita pelo arquiteto Genésio Gomes de Moura, teve investimento de R$ 4 milhões. A estátua fica na entrada do Mosteiro Zen Budista, que é o maior da América Latina.


Em alguns momentos eu fiquei pensando que o Espírito Santo de fato não estava no meu roteiro de lugares para conhecer o Brasil por enquanto. Mas o convite do Sebrae-ES para conhecer os principais pontos turísticos da região (entre outras atividades que contarei para vocês nas próximas colunas) ficará marcado na memória e no meu Instagram @anapauladahlke como uma das viagens marcantes e de muito conhecimento sobre um Espírito Santo visto pela primeira vez.

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Fundadora do Economia SC/SP/PR, 4 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças 2023/2024.

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