Santa Catarina passa a contar oficialmente com o primeiro Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) voltado para estimular empresas de médio e grande portes a adotar práticas nos conceitos ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance).
A partir de outubro, no regulamento desse fundo, oficializado junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passa a constar um filtro negativo, em que empresas de alguns segmentos, e com determinadas restrições, não poderão ser fomentadas com os recursos desse fundo. A novidade é administrada pelo Grupo Valorem, de Joinville.
A empresa é especialista na gestão de fundos de investimentos para fomentar o aumento da capacidade produtiva, estimulando o emprego e a renda.
Essa nova ação no mercado capta investidores que têm critérios ESG em sua agenda e utiliza para fomentar a compra de recebíveis de empresas de médio e grande porte.
Os investidores têm a segurança de que seus recursos não serão utilizados para fomentar empresas que não se enquadrem no filtro negativo regulamentado.
Ou seja, não serão fomentadas empresas que apresentem processos por trabalho escravo por exemplo, ou que possuem alguma restrição nacional ou internacional por envolvimento em processos de corrupção, entre outras restrições.
Numa segunda fase do projeto, que provavelmente iniciará somente em 2022, o objetivo é sensibilizar os participantes do fundo para as práticas sustentáveis, tais como de gestão com transparência, controle e combate à corrupção, políticas de desenvolvimento pessoal, redução de carbono entre outras.
“Entendemos nosso papel de estímulo ao crescimento dessas empresas como um fomentador de crédito para suas operações e vislumbramos fomentar positivamente para um desenvolvimento mais sustentável e próspero para toda a sociedade. Também acreditamos que aquelas empresas que utilizam práticas ESG estão mais preparadas para o mercado e, consequentemente, têm seus riscos reduzidos”, destaca a vice-presidente da Valorem, Charlote Odebrecht.
INVESTIMENTOS
A ação da Valorem na implantação deste Fundo Verde ESG iniciou em março deste ano. Em apenas quatro meses, o fundo movimentou um montante de R$ 167 milhões.
Esses recursos são oferecidos ao mercado como solução de crédito para 210 empresas de médio porte, que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 100 milhões no ano.
A expectativa é terminar o ano com novos aportes, totalizando R$ 300 milhões em operações realizadas.