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Pesquisa registra déficit em lançamentos imobiliários em Florianópolis no primeiro semestre

Foto: Fotos-GE/Pixabay

Apostar em imóveis sempre foi um investimento visto pelos brasileiros como a opção mais segura do mercado. A valorização imobiliária é constante e garantida, diferente de outras opções ofertadas, que sofrem variadas oscilações, sobretudo, devido ao momento econômico do Brasil e de outros países.

Até o último ano, o mercado imobiliário vinha de um período recessivo de pouco mais de três anos e começou a experimentar uma reação, no início do ano passado.

Se por um lado as circunstâncias causadas pela pandemia, aliado a processos burocráticos em órgãos públicos, frearam alguns projetos imobiliários, por outro, o isolamento social fez com que as famílias repensassem seus lares e isso fez crescer as vendas imobiliárias.

MAIS VENDAS E MENOS LANÇAMENTOS EM FLORIANÓPOLIS

Uma pesquisa contratada pelo Sinduscon Grande Florianópolis mostrou que Florianópolis vendeu mais unidades imobiliárias do que lançou no primeiro semestre.

Segundo dados da Brain Inteligência de Mercado, foram lançados na cidade apenas 8 empreendimentos no primeiro trimestre deste ano e 14 no segundo trimestre. Um total de 22 empreendimentos verticais e horizontais na cidade.

Quando comparado com os lançamentos realizados no mesmo período do ano passado, em que foram registrados 19 no primeiro trimestre e 18 no segundo trimestre, somando 37 empreendimentos, fica nítido que Florianópolis teve uma queda de 18,32% nos lançamentos do primeiro trimestre e 22,22% no segundo trimestre, respectivamente, chegando a um volume de 40,54% no semestre.

Do total de empreendimentos mapeados apenas no segundo trimestre deste ano, registraram-se 1.248 unidades lançadas, enquanto 1.482 unidades foram comercializadas.

Ou seja, a movimentação consumiu 234 unidades, uma queda no estoque de unidades. 

VENDAS X LANÇAMENTOS E ESTOQUES

O cenário mostra que todo o crescimento do mercado imobiliário nos últimos 10 anos ocorreu basicamente em razão do financiamento imobiliário. Foram as concessões financeiras que proporcionaram à população adquirir tais imóveis. 

Dado o vulto das operações imobiliárias, a maioria absoluta das aquisições e das vendas depende basicamente de financiamento imobiliário.

Nos anos anteriores, o baixo crédito impõe ao comprador um uso maior de recursos próprios, o que dificulta as negociações de quem tenta adquirir um imóvel.

Uma vez que o mercado de trabalho está se reestruturando, o crédito facilita nesse processo de retomada. 

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), no Brasil, de janeiro a julho deste ano, foram registradas 81.169 unidades financiadas com recursos de poupança.

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 18,79 bilhões em julho.

O montante foi 4,4% inferior ao registrado em junho, mas, comparado a julho do ano passado (R$10,82 bilhões), cresceu 73,6%.

ESTOQUE IMOBILIÁRIO EM FLORIANÓPOLIS PREOCUPA

Ao passo que o volume de lançamentos imobiliários está diminuindo a cada trimestre, e a demanda comercial se mantém ativa, a tendência mostra que Florianópolis irá experimentar um déficit imobiliário. A pesquisa também mapeou a disponibilidade de estoque imobiliário em Florianópolis. 

No primeiro trimestre, foram registrados 159 empreendimentos verticais, totalizando 12.078 unidades, desse total 1.936 unidades estavam disponíveis.

Já o segundo trimestre deste ano identificou 135 empreendimentos, com 10.240 unidades e, desse total, 1.903 unidades disponíveis.

Quando comparado o segundo trimestre com o primeiro, a queda parece tímida, de 1,70%, entretanto, é importante ressaltar que, caso a queda nos estoque continue ocorrendo, lançamentos diminuindo e os custos de construção se manterem mais elevados (vide inflação da construção civil (CUB/m²)), existe uma tendência ainda maior de elevação dos preços.

Ainda segundo o estudo, o setor da construção civil encerrou os primeiros seis meses, com números negativos, que apontam que a atividade ainda está em processo de retomada do crescimento, desacelerada no ano passado.

A comparação com 2020 apresenta taxas que refletem mais a base deprimida que a magnitude em si, o que também indica um momento de pausa nos novos investimentos, a fim de aguardar a melhora do cenário econômico.

Um dos motivos dos entraves de novos empreendimentos na cidade, apontado pelos empresários do setor, está atrelado a demora na aprovação dos projetos devido a uma série de burocracias.

“Ao longo deste ano já participamos de algumas reuniões, a fim de buscar mais segurança jurídica a todos. Nosso objetivo é estimular o setor legal da indústria da construção, bem como o incentivo para habitações de interesse social, fundamentais para evitar e desestimular as invasões e construções ilegais”, destaca Marco Aurélio Alberton, presidente do Sinduscon Grande Florianópolis.

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