*Por Marcel Alessi Soccol, diretor administrativo da DATAFRETE.
Cada vez mais comum no Brasil, o modelo de operação Direct to Consumer, ou D2C, proporciona à indústria mais proximidade com o seu consumidor.
A venda direta ao consumidor final era bastante incipiente no mercado brasileiro até 2020, mas ganhou muito espaço a partir da pandemia e dos desafios que ela impôs para o comércio como um todo.
Além disso, as limitações de circulação impulsionaram a digitalização de muitos serviços e, por consequência, o aumento exponencial das vendas via e-commerce.
Ao vender para o cliente final, através de e-commerce próprio ou marketplace, a indústria tem uma série de oportunidades. O D2C permite que conheçam a fundo seu público, podendo coletar dados valiosos sobre os hábitos de compra, influências e feedback dos consumidores, o que possibilita uma melhor compreensão do mercado e personalização da experiência do cliente.
O modelo D2C também pode oferecer a ampliação geográfica dos negócios, fazendo com que a marca chegue a regiões em que não tem representação no varejo. Testagem de novos produtos e estratégias comerciais, bem como ampliação da lucratividade e do volume de vendas também estão relacionadas ao modelo.
Para se ter uma ideia do potencial, basta olhar para o mercado: em 2021, apenas nos Estados Unidos, foram vendidos mais de 128 bilhões de dólares neste modelo. E a expectativa é atingir um volume de 213 bilhões até 2024. Estima-se que quase dois terços dos consumidores já fazem compras regulares via e-commerce dos próprios fabricantes.
Em contrapartida, a logística precisa estar em pauta quando a indústria adota o D2C, porque exige um novo modelo de distribuição, mais dinâmico, com controle e ajustes constantes e muita agilidade. Em um mercado onde muitos produtos são entregues em até 24 horas após o pedido, manter-se competitivo é um grande desafio.
Além do monitoramento constante dos níveis de estoque, a escolha de parceiros de transporte que sejam ágeis e eficientes, é crucial. A gestão de frete exige um controle claro sobre os acordos com parceiros, escolha das melhores propostas e o acompanhamento em tempo real da distribuição, mantendo o cliente atualizado sobre o status do seu pedido.
Ao contrário do modelo B2B, que habitualmente é muito mais simples no processo logístico, no D2C as entregas individuais exigem ferramentas de automação dinâmicas e que valorizem a experiência do cliente.
É importante, ainda, estabelecer políticas claras e eficientes para lidar com devoluções e trocas, minimizando os custos logísticos associados. A tecnologia desempenha um papel fundamental na superação desses desafios logísticos.
Assim, com automação e a implementação de estratégias eficientes, esses desafios podem ser superados, permitindo que as empresas obtenham os benefícios do modelo D2C e ganhem uma experiência de compra satisfatória aos consumidores finais.