Por Geraldo Campos, CEO Sapienza, e Luciano Bitencourt, jornalista.
Há cerca de um ano a professora Beatriz Bonadiman perguntava a si mesma por que os métodos de ensino que usava e aprendeu com os professores que teve não cabiam mais nas aulas que ela e os colegas davam. Docente e coordenadora do curso de Biomedicina da Unochapecó, passou a encarar como desafio encontrar formas de engajar os estudantes de hoje nas atividades acadêmicas.
Biomédica de formação, mestre em farmacologia e doutora em bioquímica, Beatriz sentiu que faltavam métodos e ferramentas para lidar com pessoas cujo perfil comportamental de aprendizagem era bem diferente do que ela própria havia experimentado em sua formação.
Inovação pedagógica tem sido um tema recorrente nas instituições de ensino, mas tratado só conceitualmente. Muitas vezes, a formação de professores nas instituições de ensino superior adota métodos ainda muito tradicionais, como se bastasse assimilar conceitos de forma passiva para mudar o ambiente da sala de aula.
O interesse por estudar o perfil das novas gerações, aprimorar habilidades digitais e compreender como aplicar as concepções de inovação e empreendedorismo nas aulas a fez mapear quem poderia ajudá-la no desafio. A mentoria da Sapienza compensou a falta de interlocução e a procura solitária por respostas até então.
“Eu saio entusiasmada dos encontros, querendo estudar um monte de coisas. Eu saio com mais perguntas do que respostas, é transformador para mim. Tudo o que conversamos eu aplico, com bons resultados. Pela fala dos alunos a gente percebe o retorno positivo”, enfatiza Beatriz.
Em síntese, os métodos e as ferramentas que a professora passou a usar reforçam a aprendizagem ativa dos estudantes. Eles são estimulados a pensar e agir, propondo soluções para problemas concretos enfrentados no dia a dia.
“Eu procuro fazer com que o estudante seja protagonista. Isso mostra que o professor está se importando com a realidade dele, traz a ele mais autonomia, mais confiança. E a gente não vê o tempo passar quando as aulas propõem ação”, complementa.
Geraldo Campos, mentor de Beatriz na Sapienza, explica que o propósito da mentoria é mostrar aos professores que seus conhecimentos podem favorecer práticas pedagógicas mais inovadoras e contribuir para o desenvolvimento profissional também fora das instituições de ensino, não só na carreira docente.
“Empreender em paralelo às atividades acadêmicas dá ao professor repertórios de mercado que contribuem também na atividade docente. Quanto maior a experiência profissional fora do ambiente acadêmico, maior a conexão entre o que ele ensina, pesquisa ou propõe como extensão, no caso de universidades, com o que ele executa profissionalmente”.
A mentoria é baseada nas necessidades, nos objetivos e nos interesses temáticos do professor. Os encontros são presenciais ou através da plataforma da Sapienza, que também disponibiliza métodos e ferramentas para a gestão do conhecimento, a inovação e o empreendedorismo.
No caso de Beatriz, a mentoria está servindo também para um reposicionamento na carreira. Ela já se vê no futuro ajudando professores a propor inovações no campo pedagógico. A formação no ensino superior, a experiência em sala de aula e a gestão do curso de graduação ganham expertises diferenciadas.
A professora, doutora e gestora se apresenta agora com uma expressão que conecta a trajetória acadêmica e as perspectivas abertas pela mentoria da Sapienza: Beatriz já se reconhece como “especialista em inovação pedagógica”.