Por Bruno Reis, CEO e fundador da Ali.
A relação entre dinheiro e felicidade é, sem dúvidas, um tema controverso. Existem pessoas que de fato defendem a tese de que o bem-estar material pode deixar alguém feliz e outras que acreditam no contrário.
Responder esta pergunta pode ser uma atividade um tanto complexa, especialmente, para uma pessoa que não atua com psicologia, mas pode haver uma saída na Economia. Contudo, recentemente a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou a criação de uma linha de estudos inédita sobre felicidade e ambiente de trabalho.
Chrystina Barros, pesquisadora certificada pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, explica que especialistas de Harvard apresentaram uma pesquisa sobre os sete caminhos para a felicidade.
De acordo com o material produzido pela professora, existem alguns atributos que devem ser considerados por uma pessoa que deseja chegar a tal estado.
São eles: exercícios físicos, espiritualidade, contato com o novo, dedicação ao outro, positividade e álcool sem exageros.
Para Chrystina, a lista ainda pode ser aumentada com o aspecto econômico, que, segundo ela, é a base de todo o conjunto descrito acima.
“O dinheiro, isoladamente, não traz felicidade, mas propicia as condições básicas para sermos felizes”, explica a pesquisadora. Com as finanças em dia, é possível ter algumas condições básicas atendidas como moradia, alimentação, educação, mobilidade, segurança e lazer.
Em outras palavras, o bem-estar material não é, de fato, o único elemento necessário para uma vida feliz e equilibrada. Contudo, ele é a base para todo o resto.
Um levantamento realizado pelo Serasa Experian mostrou que mais de 70 milhões de brasileiros tinham algum tipo de dívida em atraso em janeiro de 2023. Esta parcela significativa da população economicamente ativa mostra o quão preocupante é o cenário.
Essa situação foi causada por diversos fatores, entre eles, desaceleração econômica do país ao longo dos últimos anos, inflação e desemprego elevados. Além disso, a educação financeira, apesar dos avanços, segue sendo um tabu entre os brasileiros.
Quando olhamos o número de pessoas que investem em produtos mais sofisticados como a bolsa de valores, percebemos o longo caminho que ainda temos para percorrer. De acordo com a B3, hoje existem cerca de 5 milhões de CPFs cadastrados na bolsa, uma parcela bastante pequena da população brasileira, que passa de 200 milhões de pessoas.
O caminho de longo prazo para a melhoria é, sem dúvidas, a educação. Enquanto isso não acontece, a melhor saída é organizar as contas a fim de manter os pagamentos em dia.
Assumir este compromisso não apenas contribui para o ecossistema de produtos e serviços que fazem parte do nosso dia a dia, mas também, para uma vida mais equilibrada e tranquila.
Por fim, sabemos que as dificuldades existem, especialmente, em um país desigual como o Brasil, e seguir o plano descrito acima talvez seja algo fora da realidade de muitas pessoas.
Mas, sem dúvidas, as atitudes do dia a dia, a educação, ao lado do planejamento, é o melhor caminho, independentemente da sua posição social.
Até o próximo artigo!