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Conteúdo sabor chuchu: um oferecimento da IA

Foto: divulgação.

Nobres damas e cavalheiros, jovens promissores de todas as idades, auditório estimado e digno de louvor!

Convosco, apresento-me nesta ocasião sublime, para dar-vos as mais calorosas boas-vindas a um alvorecer sem precedentes!

Um alvorecer repleto de prodígios e engenhos tão esplêndidos que, até então, habitavam apenas nos mais ousados sonhos da humanidade, e que agora, perante vossos olhos atônitos, se desvelam na mais pura realidade.

Adentremos juntos, pois, neste magnífico portal do tempo, rumo a uma era nova e estonteante, onde o inimaginável se torna tangível, e os limites do conhecimento e da invenção são redefinidos sob o brilho resplandecente do progresso humano.

Permitam-se maravilhar, deixem-se encantar, pois o futuro nos aguarda com seus braços abertos, repletos de maravilhas nunca antes concebidas!

Esse trecho acima foi criado com Inteligência Artificial (IA). É evidente que a IA é melhor escritora do que eu. Eu mesma teria sido muito mais sucinta. É bem escrito, mas soa falso. Do meu jeito conciso, aqui vai minha versão da minha visão profética e semi apocalíptica do uso massificado e preguiçoso da IA:

Senhoras e senhores, meninos e meninas, respeitável público!

Sejam muitíssimo bem vindos à uma nova era! Vocês serão privilegiadas testemunhas de um tempo extraordinário em que o ser humano realiza alguns de seus sonhos mais espetaculares e cria à sua própria imagem e semelhança:

A magnífica era da inteligência artificial. (aplausos, por favor)

O homem dará comandos à máquina, e a máquina será capaz de obedecer. A criatura irá acender luzes, vigiar ambientes, criar imagens e até mesmo romances.

Poderá vascular a infinitude do espaço! Explorar a mais ínfima estrutura dentro do corpo humano! Tudo o que o homem puder descrever e comandar, poderá ser executado pela máquina.

Não parece maravilhoso?

Neste mesmo momento, milhares de pessoas já estão comandando: escreva um post para instagram/um artigo/um trabalho científico. 

Mas nem tudo que o homem criará, caros senhores, será admirável. Preciso alertá-los! A maioria das suas criações obedecerá o inexorável princípio da imagem e semelhança: será massificada, homogênea e vulgar. Criador e criatura se fundirão, se confundirão de forma indissociável. 

Senhoras e senhores, apresento-lhes a magnífica era do conteúdo sabor chuchu, que ninguém ama, ninguém odeia, na rede social mais próxima de você. 

(segue-se uma risada maligna e uma musiquinha de picadeiro do século XVIII)

Você encontrará, meu caro leitor, um sopão de conteúdos em que todos os conteúdos que parecem brilhantes mas vistos de perto carecem de voz própria, de opinião, de tempero.

O chuchu, essa fruta tratada como legume, insípido e insosso, vítima de figura de linguagem, carece da doçura suculenta de sua prima, a melancia, e da suavidade versátil do pepino, que simplesmente se adapta aos demais alimentos com os quais se encontra misturado. Assim é o conteúdo gerado por IA, desprovido da essência da criatividade humana.

Nesta caudalosa caçarola de ensopado de chuchu que nos encontramos, irá se destacar aquele que, além de usar habilidosamente a ferramenta, tiver a ousadia de usar a IA guiada por seus princípios, opiniões, aquele que for perspicaz para usar a IA para amplificar a sua autêntica expressão, a humana. 

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Fundadora da Vino Marketing Digital

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