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Café e o potencial das marcas brasileiras

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Foto: Daniel Zimmermann.

Nesta semana saiu uma notícia interessante: O Brasil fechou a venda de 500 milhões de dólares em café para uma rede de cafeterias chinesas.

Com essa notícia, que a princípio é positiva, eu gostaria de fazer uma reflexão sobre o potencial não realizado do Brasil e das marcas brasileiras.

Nesta venda, são 120 mil toneladas de café brasileiro que serão exportados para a Luckin Coffee, rede chinesa que tem 18 mil lojas. Sim, 18 mil lojas.

Do ponto de vista do Brasil, é a venda de café a granel, sem marca… uma simples commodity.

Quem vai agregar valor a esse café é a Luckin Coffe. Os 500 milhões em grãos gerarão bilhões para a rede de cafeterias.

É incrível como o Brasil, que produz o café, e tem uma publicidade premiada internacionalmente, nunca foi capaz de criar uma Marca global de café.

Continuamos vendendo commodities para os outros países multiplicarem o valor dos nossos produtos, e ganharem muito dinheiro em cima da matéria-prima nacional.

Em 2022, o Brasil exportou 80 milhões de dólares em café e no ano passado foram 280 milhões de dólares. Agora o valor quase dobrou. Podem parecer número expressivos e um crescimento impressionante. Mas na verdade, são pífios em relação ao potencial do país.

Esses 500 milhões vão gerar quantos bilhões de dólares pros chineses?

Percebe que o Brasil, ao vender o café em grãos, na saca, deixa de ganhar muito dinheiro?

Quando que o Brasil vai mudar sua política agro-industrial para agregar valor e realmente gerar mais divisas, realizando o seu potencial?

E isso não vale apenas para o café. Vale para todos os produtos agrícolas, minérios e matérias-primas que hje são vendidos como meras commodities.

O Brasil está deixando dinheiro na mesa. Esse não é um modelo de desenvolvimento viável nem sustentável. É preciso que ele seja repensado desde a base.

Já disse aqui e repito. Parece que o Brasil está confortável em continuar sendo o que foi criado para ser: Uma colônia de exploração.

Até quando?

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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