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Aproximar o ecossistema de tecnologia da bioeconomia é essencial

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Foto: divulgação.

A discussão e a preocupação com o meio ambiente são temáticas imprescindíveis em qualquer segmento da economia atualmente. Não importa onde você trabalha, é incontornável transitar em algum momento pela letra “E” do tão falado “ESG”, e no Brasil esse assunto é ainda mais relevante, pois estamos em um país na linha de frente mundial tanto nos impactos negativos sofridos por consequência das mudanças climáticas, quanto nas possibilidades de melhoria na forma como lidamos com o nosso planeta. E a tecnologia é uma peça fundamental nessa equação.

Recém sediada no Rio de Janeiro, a reunião do G20 trouxe algumas definições importantes para os debates sobre meio ambiente que o Brasil provavelmente terá em 2025, quando será a casa da COP30, em Belém (PA). Entre os caminhos pavimentados no G20 e que prometem ter um avanço na COP30, destacam-se o mercado de carbono e a bioeconomia, dois assuntos que dialogam com bastante proximidade com a tecnologia.

Estive pessoalmente e vi de perto o movimento pela bioeconomia existente na região do Baixo Amazonas, mais especificamente em Santarém, oeste do Pará. A ACATE tem mantido uma presença importante no local, que fica no coração da Amazônia, expandindo a atuação para fora de Santa Catarina e gerando impactos. No Pará, fomos convidados para participar da implantação do polo Sebrae de bioeconomia, onde temos executado uma série de ações e programas como o BioEmpreende, o mapeamento de negócios ligados à bioeconomia na região, a criação de uma rede de mentores e o apoio à criação da Rede de Inovação do Baixo Amazonas (RIBA), além de outros eventos e capacitações.

Como parte desta parceria com o polo Sebrae de bioeconomia em Santarém, ocorreu em novembro a apresentação dos finalistas do programa BioEmpreende. Foram 20 projetos criados por estudantes de instituições de ensino superior e docentes em Santarém, Alter do Chão e Belterra, que passaram por meses de uma formação empreendedora. Os projetos, criados por quem mais conhece a realidade local, mostram a capacidade de inovação com base em desafios e vantagens existentes na região, de produtos da natureza da região até o trabalho da comunidade ribeirinha.

Bioeconomia é isso: englobar atividades econômicas que envolvem a produção, distribuição e consumo de bens e serviços a partir de recursos biológicos, promovendo o uso sustentável da sociobiodiversidade. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia já movimenta 2 trilhões de euros e gera cerca de 22 milhões de empregos no mercado mundial. E ainda há pela frente um potencial vasto em que podemos unir essas bases com as melhores práticas do mundo da tecnologia.

Um exemplo é a criação da InTap (Incubadora de Base Tecnológica do Tapajós), que oferece um programa de incubação para negócios da bioeconomia, buscando fomentar o desenvolvimento sustentável por meio da inovação e do uso eficiente de recursos biológicos. Criada pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) em parceria com o Sebrae, a InTap tem o apoio da ACATE por meio da experiência do MIDITEC, incubadora gerida pela entidade e mantida pelo Sebrae em Santa Catarina, com reconhecimento internacional.

São assuntos centrais para o desenvolvimento da sociedade e da economia, que estarão ainda mais em alta no Brasil em 2025 com a COP30, e o setor de tecnologia deve não apenas acompanhar, mas também ajudar a puxar iniciativas que ampliem possibilidades, resolvam desafios locais e fomentem o desenvolvimento.

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Presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE).

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