Por Hermínio Gonçalves, CEO da SoftExpert Brasil.
Com o início de um novo ano, é comum começar a planejar os próximos meses. Você, com certeza, já está pensando no que fazer para otimizar a operação da sua empresa em 2025 – e aí é normal surgirem dúvidas. Por isso, preparamos uma lista com as principais tendências e ferramentas de gestão da qualidade que você e sua equipe precisam conhecer.
Conforme a tecnologia vai evoluindo em diversas frentes, ela passa a ser utilizada de forma ainda mais proeminente no setor de Qualidade. Para 2025, a principal novidade – que não é tão nova assim – é a adoção da Inteligência Artificial (IA), mas não para por aí.
Além desse tipo de ferramenta, há outras soluções que prometem estar presentes no dia a dia de todo profissional da área. A implementação da Internet das Coisas, o uso de equipamentos de Realidade Virtual e até mesmo uma simples (mas nada fácil) mudança de mentalidade para se ter maior foco no cliente ajudarão empresas a saírem na frente da concorrência em 2025.
1. Inteligência Artificial (AI)
Segundo um estudo da IBM, 41% das empresas no Brasil já implementaram ativamente IA em suas operações, e 34% estão explorando o uso de IA. Já no restante do mundo, uma pesquisa da McKinsey mostra que 40% das organizações planejam aumentar seus investimentos em IA devido aos avanços na IA generativa.
Ou seja: se até pouco tempo atrás a IA era apenas uma tecnologia futurista e desconhecida, agora ela se tornou uma grande aliada de quem busca agregar eficiência, agilidade e autonomia na sua operação.
A chamada Qualidade 4.0 integra aprendizado de máquina e outras tecnologias para proporcionar identificação automática de riscos de acordo com as características de um processo e entendimento do contexto e direcionamento de problemas para o fluxo de tratamento mais adequado, assim como sugestão das ações corretivas, por exemplo.
2. Internet das Coisas (IoT)
Para que a atuação da IA possa verdadeiramente construir uma mentalidade de Qualidade 4.0 na sua empresa, é necessário usar também a Internet das Coisas (IoT). Essa tecnologia permite que diversos aparelhos se conectem e, assim, transmitam e acessem informações relevantes.
Os sistemas de controle de qualidade habilitados para IoT podem usar esses dados e análises avançadas para monitorar a produção em tempo real, identificar problemas potenciais de qualidade e fornecer feedback para que possam ser tomadas medidas corretivas.
Com esses dados e análises avançadas, é possível realizar a manutenção preditiva. Assim, pode prever quando uma máquina provavelmente falhará e tomar medidas preventivas, por exemplo. Além disso, a IoT também auxilia no controle da qualidade na manufatura. A tecnologia ajuda a garantir que os produtos atendam aos padrões e especificações exigidos (sejam internos da própria empresa ou então de agências reguladoras).
Ela conecta o maquinário do setor de manufatura ao seu Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ). Dessa forma, o controle de qualidade habilitado para IoT pode melhorar significativamente a qualidade do produto. Ao monitorar a produção em tempo real, as companhias podem identificar e corrigir problemas de qualidade antes que eles se tornem mais significativos, reduzindo o risco de produtos defeituosos e não conformidades e economizando dinheiro em recalls ou reparos.
3. Gestão da Qualidade Centrada no Cliente
Assim como já vem acontecendo neste ano, em 2025 a cultura de colocar o cliente no centro de tudo será muito forte. Na área de Qualidade, isso é chamado de Customer-Centric Quality Management.
O principal diferencial da Customer-Centric Quality Management é ir além de verificar produtos ou serviços em busca de defeitos, mas também ouvir o que os clientes querem e precisam. Essa filosofia leva em conta o comportamento, as preferências e dores dos consumidores para, assim, elaborar as práticas, rotinas e estratégias que englobam a qualidade da companhia.
Para isso, as organizações investirão em ferramentas como a IA para analisar o feedback, o comportamento e as expectativas dos clientes. Com essas informações, é possível fazer ofertas personalizadas, garantir que os produtos/serviços estejam alinhados com as necessidades da clientela e fazer melhorias antes que os problemas surjam.
4. VR e AR em auditorias e treinamentos
As chamadas tecnologias imersivas não estão presentes apenas nos videogames – elas também fazem parte do mundo corporativo. Como ferramentas de gestão da qualidade, a Realidade Aumentada (AR) e a Realidade Virtual (VR) revolucionando o treinamento de colaboradores e a inspeção de equipamentos, melhorando a eficiência e reduzindo erros.
Por meio de simulações imersivas, é possível praticar cenários complexos em um ambiente livre de riscos e totalmente controlado. Isso proporciona o aprimoramento de habilidades e a compreensão de novos padrões, ferramentas e rotinas sem impactar a operação. Esse tipo de recurso é especialmente útil em indústrias de alto risco, como manufatura e saúde.
Já as ferramentas de AR permitem que inspetores de qualidade usem sobreposições em tempo real de especificações e diagnósticos. Isso simplifica as inspeções e garante maior precisão. Por isso mesmo as auditorias de qualidade se expandirão em 2025, reduzindo custos e melhorando a eficiência desse processo.
5. Análise de Big Data
Juntamente com a IA, o uso de Big Data Analytics também otimizará operações e proporcionará cada vez mais informações valiosas. Essa ferramenta de gestão da qualidade permite extrair insights acionáveis de grandes conjuntos de dados.
Em 2025, as organizações usarão esse tipo de recurso para identificar proativamente os riscos, otimizar fluxos de trabalho e prever resultados de qualidade com maior precisão. Essa tecnologia será especialmente valiosa para empresas do setor de alimentos e bebidas.
A análise de grandes volumes de dados com o auxílio da inteligência artificial e o processamento de linguagem natural permite: melhorar a segurança dos alimentos identificando e prevenindo eventuais contaminações em insumos e produtos e impulsionar a rastreabilidade de produtos alimentícios e identificar possíveis fontes de contaminação.
6. Sistemas de gestão da qualidade com funcionamento em nuvem
Em 2025, 85% das organizações vão adotar uma abordagem voltada para o cloud computing, de acordo com a Gartner. No caso de um software de gestão da qualidade, isso representa um ganho em agilidade, segurança e economia.
Especialmente quando utilizado no modelo de Software As A Service (SaaS), o seu sistema de gestão da qualidade é hospedado e gerenciado pelo provedor do serviço. É ele quem cuida de atualizações, manutenção e patches para o servidor, o que torna tudo mais fácil, rápido e econômico.
Assim você e sua equipe têm mais tempo e energia para focar nas atividades que realmente importam para o setor da Qualidade, podendo assim implementar as outras tendências que você viu aqui. Ou seja: a tecnologia em nuvem atua como o pilar de sustentação de todas as demais.
7. Desperdício zero e economia circular
Por fim, uma tendência na gestão da Qualidade para 2025 será reduzir ao máximo todos os desperdícios de recursos bem como os resíduos produzidos no processo de manufatura.
Para isso, promova práticas sustentáveis e otimize sua operação ao máximo. Outra dica é criar iniciativas de desperdício zero e práticas de economia circular através de ferramentas que identifiquem ineficiências de recursos. Assim é possível eliminar desperdícios, otimizar o uso de energia e projetar produtos para reutilização e reciclagem de insumos.
À medida que avançamos no ano 2025, a integração de tecnologias emergentes como a inteligência artificial, a realidade aumentada e a análise de big data continuarão a transformar a gestão da qualidade.
Essas ferramentas não apenas aumentam a eficiência e a precisão, mas também permitem uma abordagem mais proativa e centrada no cliente. Empresas que adotarem essas tecnologias estarão mais bem preparadas para antecipar problemas, otimizar processos e oferecer produtos e serviços que superem as expectativas dos clientes.
Além disso, a sustentabilidade se tornará um pilar central na gestão da qualidade. Iniciativas de desperdício zero e práticas de economia circular serão essenciais para atender às demandas dos consumidores e às regulamentações ambientais. As organizações que abraçarem essas tendências e ferramentas estarão preparadas para liderar em um mercado cada vez mais competitivo e consciente.