Após sinais iniciais de recuperação em janeiro, as vendas do comércio brasileiro apresentaram resultados negativos em fevereiro, com uma retração de 0,9%, de acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS). Em relação ao mesmo período do ano anterior, o cenário seguiu na mesma linha, com queda de 1%.
“O mercado de trabalho ainda está aquecido, mas os sinais de desaceleração ficaram ainda mais evidentes em fevereiro. A taxa de desemprego subiu para 6,5% em janeiro (PNAD), e a criação de novos empregos formais perdeu força (CAGED). Além disso, a alta no preço dos alimentos continua pesando no bolso das famílias, que já enfrentam um alto nível de endividamento. Tudo isso tem um impacto direto no consumo. Portanto, a queda registrada no varejo reflete um enfraquecimento mais amplo da economia brasileira“, comenta Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone.
Índice de comércio digital
O comércio digital registrou alta mensal de 0,4%, enquanto o físico apresentou queda de 1,6%. Já no comparativo anual, o comércio digital cresceu 10,8% e o físico recuou 3,7%.
Segmentos
Na análise mensal, apenas dois dos oito segmentos analisados registraram alta em fevereiro: Material de Construção (0,7%), Móveis e Eletrodomésticos (0,2%).
Outros cinco segmentos apresentaram queda: Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (5,9%), Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,6%), Combustíveis e Lubrificantes (1,9%), Artigos Farmacêuticos (1,5%) e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,7%). Já o setor de Tecidos, Vestuário e Calçados, apresentou estabilidade, com variação de 0,0%.
No comparativo anual, o segmento de Combustíveis e Lubrificantes teve o melhor desempenho, com alta de 4,1%, seguido por Material de Construção, que cresceu 2,5%. Os demais setores registraram queda: Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (7,7%), Móveis e Eletrodomésticos (6,4%), Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (3,9%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (2,8%), Artigos Farmacêuticos (2,6%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (0,6%).
Destaques regionais
No recorte regional, apenas quatro estados apresentaram crescimento no comparativo anual, liderados por Pernambuco, com alta de 1,8%, seguido por Roraima (1,6%), Amazonas (1,1%) e Goiás (0,1%). Já o estado do Espírito Santo permaneceu estável.
Já entre os estados com resultados negativos, Mato Grosso do Sul apresentou a maior queda, com retração de 8,4%, seguido por Santa Catarina (6,6%), Mato Grosso (6,4%), Rondônia (5,9%), Paraná (5,7%), Rio Grande do Sul