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O modelo híbrido como alternativa no “novo normal”

Por Lázaro Malta, CEO da Ahgora, especializada no desenvolvimento de tecnologias para gestão de RH.


O mundo entrou em uma nova fase com a pandemia: os impactos são muitos, principalmente no mercado de trabalho. A tecnologia passou a ser uma aliada imprescindível, principalmente após as medidas de distanciamento social. Com ela, o home office passou a ser o principal caminho para que os negócios se mantivessem ativos. 

Planos de retomada já estão sendo construídos, cidades retornando às rotinas e tudo está voltando ao normal. Não, bem pelo contrário. Nada será como antes. Então, a reflexão inquietante do momento é: como será o “novo normal”? Enquanto há  empresas vendo a produtividade de seus times acelerar com o home office, planejando estabelecer o trabalho remoto como primeira opção; outros negócios  pretendem voltar com o trabalho presencial nos escritórios. O fato é que essa quarentena forçada obrigou as organizações a  se reinventarem para se adaptar a essa realidade, nunca antes vivida.  

O home office, antes adotado por menos de 30% das companhias mundiais, virou a estrela de vez e mostrou que veio para ficar, gerando  grandes benefícios, tanto financeiros quanto de performance.  Mas, como geralmente nem tudo funciona para todo mundo, com o trabalho remoto não é diferente. Ao mesmo tempo que muitos profissionais se sentem ainda mais produtivos trabalhando de casa, outros sentem as consequências da falta de socialização. Sem dúvidas, o home office é sinônimo de flexibilidade. Porém, o formato traz diversos desafios, como conciliar o trabalho com as atividades de casa e lidar com uma menor e mais dificultosa interação com o gestor e colegas.  

Nem um, nem o outro

Há quem diga que o modelo presencial sempre reinará. Tem outros que defendem o home office com unhas e dentes. Nem um, nem o outro. Acredito que encontrar o ponto de equilíbrio entre as duas frentes é o segredo para o sucesso no “novo normal”.  E a tecnologia tem um papel fundamental nessa transformação das relações de trabalho. É  preciso avaliar com cautela  os prós e contras dos dois modelos, não só no curto, mas a longo prazo. Levar em consideração aspectos econômicos e produtivos também é essencial.  Ainda, há de se pensar na importância da socialização nas organizações em prol do crescimento pessoal. Em conjunto, para absorver o máximo possível em grupo. E individualmente, para a criatividade fluir sem qualquer limitação. 

Segundo o neurocientista e pesquisador John Cacioppo, somos programados para ter vínculos. “A neurobiologia humana foi moldada para favorecer este comportamento. Nossa força não advém do individualismo rígido, mas da nossa capacidade coletiva de planejar, nos comunicar e trabalhar em grupo”, afirma. A falta de contato social é um fator que pode ser preocupante a longo prazo. Está aí a importância de humanizar as relações, mesmo no contexto profissional. 

Equilíbrio é fundamental

O principal ativo de qualquer empresa é o capital humano. Trata-se do valor e contribuições que os colaboradores entregam para as companhias todos os dias. O sucesso de uma companhia  seus bons resultados  dependem, principalmente,  das pessoas.  Boas ideias, motivação e engajamento  da equipe são a receita completa para  qualquer projeto prosperar e atingir resultados que vão muito além do esperado. E isso se constrói perfeitamente quando o presencial e o remoto estão em harmonia. 

A produtividade individual, mas também a  coletiva merecem atenção. Alguns colaboradores  podem superar expectativas ao trabalhar de casa.  Porém, a soma dos esforços individuais é que mostram a força do coletivo.  Insights que aparecem no bate-papo do almoço ou do café, aquele brainstorm criativo quando várias ideias são colocadas na mesa e debatidas calorosamente. Muito disso se perde se cada um estiver totalmente isolado.  

No “novo normal”, há de se ter um equilíbrio. Jornadas escalonadas, com uma infraestrutura cuidadosa, novos hábitos e ambientes propícios para uma melhor qualidade de vida laboral. A combinação entre as habilidades técnicas e as competências comportamentais do profissional é fundamental para o futuro do trabalho. Estes são os novos pontos de atenção e que devem ser considerados daqui para frente.

Aqui na Ahgora, fomos os primeiros a entrar em quarentena, em março de 2020.  Agora estamos retomando os trabalhos em nossa matriz  de forma gradual e em grupos. Nosso pensamento é conciliar o presencial e o remoto, adotando o formato híbrido com o auxílio importantíssimo da tecnologia para que isso dê certo.  Com isso, queremos continuar valorizando a nossa maior força:  a união dos nossos times, colocando o cuidado com os profissionais em primeiro lugar

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