Há alguns anos o conceito de transformação digital vem sendo propagado por pesquisas e estudos de consultorias e também por empresas de tecnologia que vendem soluções na área.
Mundialmente, a pandemia do coronavírus despertou e mudou hábitos do dia a dia das pessoas e das empresas, principalmente na forma de trabalhar, vender e se comunicar.
Para o especialista em branding e sócio-proprietário da Nexia Branding, D.J. Castro, o grande objetivo de digitalizar os processos e ter uma visão global da empresa em uma base consolidada de dados, permitindo, muito mais do que o trabalho remoto, é a integração total dela:
“Muitas empresas já iniciaram essa evolução, com velocidade diferente, tudo de acordo com demandas do mercado e níveis de investimento, outras, ainda não começaram a implantação por não saberem de que forma implantá-la”.
De acordo com ele, cada vez mais a tecnologia está se tornando essencial da vida das pessoas auxiliando-as na adaptação profissional perante essa nova fase:
“De repente a pandemia forçou as empresas a comprimir grande parte da digitalização em um espaço pequeno de tempo. Uma quarentena, com a maioria dos trabalhadores em home office ou de férias, fez com que o trabalho remoto fosse imprescindível nos segmentos de atuação em que isso era possível”.
Uma transição complexa em todos os sentidos
O especialista comenta que além do trabalho remoto as empresas estão se vendo forçadas a utilizar os mais diversos meios digitais para oferecer seus produtos e serviços e, também, para gerenciar seus processos internos:
“A necessidade de repensar os modelos de negócios em meio a uma crise global em que ninguém sabe direito o que está acontecendo e, nem quando vai terminar, criou um clima de incerteza muito forte. Mas é na incerteza e nos momentos de grandes desafios que as grandes lideranças tem que mostrar o seu verdadeiro trabalho e valor”.
Para ele, “a transição da transformação digital não é algo fácil para muitas organizações pois pode gerar falhas nas operação e perdas de produtividade até que o processo seja alinhado. Agora é o momento de todos passarem por esse momento de transformação digital”.
Cultura e atitude
Mais do que os problemas tecnológicos inerentes a qualquer mudança de paradigma, ele informa que isso acontece pois o processo de transformação digital envolve muito mais do que tecnologia, ele depende diretamente da cultura organizacional e das atitudes da empresa e de seus líderes, gestores e colaboradores:
“Para acontecer de verdade, a transformação digital precisa envolver uma evolução na cultura da empresa o que reflete em uma mudança de todos os lados. Além de processos claros e bem definidos, é preciso ter engajamento das pessoas, interação entre líderes e liderados, espírito de time e senso de propósito. Assim, cumulativamente, se constroem as bases para uma transformação digital consistente e duradoura, além do período de necessidade imediata e de senso de sobrevivência causados pela crise”.
As lideranças estão em cheque
De acordo com o especialista, este momento de pandemia com todas as adversidades e dificuldades existentes, também serve para que os gestores e líderes de empresas repensem sobre como podem direcionar as pessoas no mesmo sentido:
“Empresas que mostraram que já tinham uma cultura mais voltada para a interação, horizontalizada, com espírito de equipe e processos claramente definidos, foram as que tiveram uma maior capacidade de se adaptar e continuar funcionando com um índice menor de problemas. E isso deu espaço e tempo para que se pensasse em novas ideias para adaptar as ações da empresa ao novo cenário de mercado, em que segmentos inteiros tiveram suas atividades prejudicadas, e em que novas oportunidades passaram a se apresentar para quem pudesse percebê-las e adaptar-se”.
Segundo ele, “é imprescindível compreender que tecnologia é apenas uma ferramenta, ela precisa ter propósito e um motivo para ser utilizada. A boa aplicação de tecnologias depende da atitude todos, sejam colaboradores, clientes ou consumidores finais, para, assim, funcionar e gerar resultados”.
E finaliza dizendo que “as empresas se desenvolvem a partir da evolução das atitudes das pessoas que delas fazem parte. Para que esse processo evolutivo aconteça, toda empresa necessita de competência na gestão estratégica, alinhamento de propósitos e um foco total nas pessoas. Assim a transformação digital pode realmente acontecer”.