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Como o PIX irá mudar a nossa economia e impactar nossos negócios?

Crédito da foto: Daniel Zimmermann

Em maio de 2018 iniciava no Brasil uma série de estudos, reuniões e definições para a criação de um sistema de pagamentos unificados e instantâneos, que foi batizado de PIX.

Eu estava na reunião inaugural realizada na sede do Banco Central do Brasil, em Brasília, e tive a oportunidade de participar, junto com a PagueVeloz, destes estudos e ver a concepção e todas as etapas de desenvolvimento do PIX.

Esse novo sistema de pagamentos instantâneos será lançado em outubro, vai mudar a forma como eu e você lidamos com nosso dinheiro e será um acelerador da nossa economia.

Para quem ainda está em dúvidas sobre o que é o PIX, dedico este artigo a destacar o que, na prática, vai acontecer assim que o sistema entrar em vigor.

Depois de formulado pelo BC com apoio de diversas instituições através de várias consultas públicas, o sistema passou por um período de homologação, que inclui adaptar a rotina e infraestrutura de bancos, fintechs e demais instituições que irão aderir ao sistema.

Agora estamos na reta final do projeto, em que os usuários dessas instituições, eu e você, seremos convidados a nos cadastrarmos para poder usar o serviço.

A partir de novembro, imagino que já poderemos utilizar o PIX. Tá bom, mas o  que muda? Com ele, transferências e pagamentos ocorrerão em tempo real, independente do dia, do horário ou do local onde o pagador e recebedor mantiverem conta. 

Todos ganham e a economia será outra

O PIX não é apenas a simplificação de processos bancários nem apenas a garantia de receber o saldo de uma transferência ou pagamento instantaneamente. O pagamento instantâneo é muito mais que isso: uma nova forma de gerir recursos que deve acelerar muito a nossa economia.

Acompanharemos nos próximos meses uma mudança cultural no que diz respeito à circulação do dinheiro no Brasil e a forma de pagamento. Atualmente, nosso sistema de liquidação de pagamentos retém o dinheiro por horas ou dias e impede uma agilidade nos processos, na entrega de serviços, nos investimentos, no fluxo de caixa das empresas e no crédito dos consumidores.

Veja que contra senso esse exemplo do fluxo atual: quando eu uso o meu cartão na modalidade débito, assim que a transação é aprovada na maquininha, o banco debita imediatamente a minha conta, mas o estabelecimento comercial vai receber essa grana somente no dia seguinte. Por que o dinheiro do lojista “fica preso” até no dia seguinte se a minha conta já foi debitada?!

Isso até se justificava quando a tecnologia não havia avançado sobre os serviços bancários. Imagine que nos primórdios, o controle de contas correntes de um banco era feito num livro com anotações a mão com a assinatura do cliente. Por conta de processos como esses, imagino que até seja plausível a justificativa na retenção do dinheiro e a demora no repasse de recursos (d+1, d+2, d+5, etc…) 

Com o pagamento instantâneo, o dinheiro irá circular mais rápido e, consequentemente, esse novo processo irá acelerar a transferência de bens (compra e venda) e a prestação de serviços. 

O PIX não traz impactos apenas na melhora da gestão do nosso dinheiro, mas vai ser um propulsor da nossa economia. Imagine você, empreendedor, que depende da compensação dos boletos bancários para girar o caixa, disparar logística, sensibilizar seu estoque e prosseguir com o faturamento.

Com o PIX você poderá, através de um código QRCode fixado no caixa da sua loja ou no seu site, efetuar cobranças que cairão instantaneamente na sua conta e, com isso, você pode prosseguir com a entrega do produto ou com a prestação do serviço.

Outro exemplo: imagine que o motorista de aplicativo receberá imediatamente o saldo que lhe é devido pela sua corrida e, com isso, poderá utilizar a grana da corrida que acabou de fazer para abastecer o seu veículo, tendo assim recurso para seguir com o trabalho.

O PIX também abre precedentes para que novas evoluções cheguem ao mercado financeiro. O sistema evidencia a necessidade de agilidade, segurança e simplicidade, coisa que as fintechs já vinham realizando e que agora também passam a fazer parte das instituições bancárias tradicionais.

Por fim, acredito que este momento vai abrir portas para novas evoluções no que diz respeito à maneira como lidamos com nossas finanças. Daqui há alguns anos, provavelmente, será realidade uma conta transacional, em que serviços hoje pagos mensalmente, como conta de luz ou telefone, por exemplo, serão debitados à medida em que forem utilizados.

Olha, pode ser loucura e até um exercício de futurologia o que vou dizer, mas imagine só: a cada segundo em que você consome a energia elétrica na sua casa, a sua conta é debitada e a conta da concessionária fornecedora é creditada instantaneamente.

Ou seja, na medida em que o relógio medidor do consumo da energia elétrica gira, sua conta vai sendo debitada no valor correspondente a energia que você consumiu.

Um exemplo mais legal é o recebimento de salário: imagine que a cada minuto trabalhado, a conta do empregador seja debitada e a conta do empregado seja creditada com o valor do minuto trabalhado.

Já imaginou como fica o fluxo de caixa das empresa e das nossas contas pessoais com este modelo? Como você organizaria suas finanças com um modelo desses? 

O futuro já é este, está logo ali e nós só temos a ganhar. Agora e cada vez mais, facilidade e fluxo de caixa serão fundamentais para aprendermos a lidar melhor com nossas finanças e termos uma infinidade de possibilidades para fazer nossos negócios, nosso crédito e nosso dinheiro circular. Aperte os cintos e seja bem-vindo a era exponencial. 

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Diretor de operações da PagueVeloz

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