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Ser instável, afinal, é ruim para a sua vida e carreira?

Foto: Rodrigo Parucker

Você com certeza já ouviu aquelas tradicionais perguntas que marcam as reuniões familiares. “Como anda a carreira?”, “Já terminou a faculdade?”, “Vai casar quando?”, “E os filhos, já planejaram?” e, claro, a famigerada comparação que aflige quem tem aquele primo concursado e bem-sucedido aos olhos da tia.

Para muitas pessoas, ter sucesso é ter estabilidade. Obviamente não deixa de ser um raciocínio completamente errado. Quando você dedica décadas da vida a uma mesma empresa, por exemplo, crescendo profissionalmente nela, teve sim sucesso.

O que precisamos entender, no entanto, é que não dá para nivelar todo mundo com esse tipo de trajetória para mensurar se somos ou não bem-sucedidos.

Fomos criados e condicionados a evitar qualquer instabilidade no decorrer da vida adulta. Você casa para viver para sempre, deve entrar em uma “boa empresa” e se aposentar nela, escolher uma carreira que dure a vida toda. E essa pressão, que marcou especialmente a geração dos nossos pais e avós, que não admitia o “fracasso” da instabilidade, traz um peso muito grande para as novas gerações.

Mas o fato é que a velocidade em que o mundo se transforma, mudou. As pessoas têm outras visões e a instabilidade parece fazer parte da vida. Para se ter uma ideia de como essa afirmação é verdadeira, basta analisar dados de uma empresa de monitoramento e comparação entre empregadores do Estados Unidos, a Paysa.

De acordo com o estudo da companhia, o tempo médio que os colaboradores permanecem em grandes empresas , incluindo Facebook, Uber e Amazon, é de dois anos. 

Esse dado escancara um novo estilo de vida, em que uma geração não se prende mais ao fato de que a estabilidade deva ser reconhecida como sucesso. Afinal, a vida é um ciclo.

Obviamente ninguém faz planos de casar, comprar uma casa, escolher uma carreira ou ingressar em uma empresa para mudar de ideia, endereço ou relacionamento nos próximos meses. Mas somos a geração que já não se conforma com uma rotina de desgaste e pouca satisfação pessoal em nome da estabilidade. 

Ser bem-sucedido, ao contrário do que pensa a sua tia (aquela do primo concursado, ou que faz questão de te lembrar o quão reconhecido pela empresa em que está há anos o seu parente X é), não tem a ver apenas com manter-se em um ambiente durante décadas.

Seus pais, talvez, mantiveram empregos onde não se sentiam valorizados em nome de uma reputação. Porque, há alguns anos, mudar de emprego com frequência não era uma atitude bem recebida. Divorciar-se era abominável e mudar de cidade era visto com reticência. 

Mas aí chegaram as gerações Y, Z, Alpha e toda essa sopa de letrinhas que visa encaixar em modelos de comportamento a população nascida e criada em uma ebulição de mudanças empurradas pelas inovações, tecnologias e conectividade.

Dizer que o tempo é efêmero é chover no molhado quando olhamos para o nosso presente. No último ano, por exemplo, presenciamos modelos tradicionais de trabalho serem substituídos por novos formatos em poucas semanas e, seguimos acompanhando a cada dia inovações serem aplicadas no nosso dia a dia.

Fato é que a instabilidade não é ruim. O que não é mais aceitável, hoje em dia, é insistirmos em modelos de atuação e vidas desgastantes em nome de uma reputação que já não faz sentido. A constância que devemos perseguir é o fato de nos desafiarmos diariamente, fazendo coisas diferentes, melhorando processos e sempre aprendendo. O que me faz levantar da cama cedo todos os dias e passar boa parte do meu tempo longe de casa são os aprendizados. Adquirir conhecimento através do estudo, do planejamento ou da execução é o que me move. A insatisfação com a minha ignorância é a força motriz que me guia. 

Desafio extra para as equipes de gestão de pessoas, que precisam estudar constantemente novas iniciativas de engajamento. E isso também é muito positivo, porque acabamos nos adaptando a novos modelos de trabalho, novos formatos de reconhecimento.

Hoje tenho na equipe pessoas que há anos estão na empresa e é muito importante saber que, de alguma forma, estamos reconhecendo a capacidade delas para mantê-las no time. Se elas optaram pela constância de estar conosco, busco crer que é porque se sentem realmente bem-sucedidos nessa trajetória e, assim como eu, estão aprendendo através do estudo, planejamento e execução das atividades diariamente.

E isso é motivo de orgulho, porque por mais inconstante que todos nós sejamos, conseguimos encontrar um denominador comum para que essas pessoas construam carreira na PagueVeloz, ao passo que podem pivotar a carreira buscando novos cargos, funções e projetos.

Afinal, a zona de conforto só é um bom lugar para quem não tem ambição e vontade de crescer. E você, já mapeou as mudanças que farão parte do seu 2021?

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Diretor de operações da PagueVeloz

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