Economia SC Drops: Inteligência artificial, IoT e blockchain devem transformar rumos da saúde no Brasil

A transformação digital na saúde, assim como eu tantos outros setores, é um caminho sem volta. Isso ficou em evidência durante a pandemia, quando muitos processos precisaram migrar para atendimentos à distância. 

No caso da saúde, soluções de inovação e tecnologia trouxeram mais agilidade para toda a cadeia de atendimento, automatizando agendamentos, acelerando diagnósticos e coordenando o fluxo de agendamentos.

E a transformação digital no setor não para por aí. Para saber as tendências e caminhos a serem seguidos, o Economia SC Drops conversou com Daniel Torres, CEO da healthtech Zitrus, que desenvolve softwares de gestão para operadoras de planos de saúde. A empresa tem 180 colaboradores e mais de 50 clientes em nove estados, com 2,6 milhões de beneficiários assistidos. Confira abaixo:

Quais as soluções desenvolvidas pela Zitrus? 

Daniel: Na Zitrus temos praticamente um produto ou serviço novo lançado semestralmente. Nosso foco é o desenvolvimento de softwares de gestão para operadoras de planos de saúde e a nossa principal solução é um ERP, que inclusive tem o maior market share entre as Unimeds do país, que é o SGU-SUITE. Esse sistema executa todos os processos de uma operadora para a gestão do plano de saúde, otimizando as atividades de cadastramento, cálculo de comissões, auditoria de contas, faturamento, pagamento e atendendo todas as obrigações da ANS. Também temos outras soluções como CRM, prontuário eletrônico, sistema de ressarcimento ao SUS, entre outras. Em agosto, além do reposicionamento de marca, lançamos o Zlabs, que é  um hub de inovação dentro da Zitrus, porém aberto às operadoras. O primeiro resultado dessa iniciativa foi a criação de uma startup voltada para a medicina preventiva, prontuários eletrônicos e melhoria da relação médico/paciente, a TARIC.

Como elas ajudam o usuário do plano de saúde?

Daniel: São soluções que impactam diretamente no atendimento dos usuários, porque tornam esse atendimento mais ágil e fácil, já que são sistemas feitos sob medida para as operadoras, conforme as exigências legais e de acordo com as necessidades do setor. Por exemplo, com nosso sistema, um médico pode facilmente consultar se aquele paciente já fez determinado tipo de exame recentemente, o que acarreta em um diagnóstico mais preciso e menos exames ao usuário, além de menos custos para a operadora. Outro ponto é que esse armazenamento e envio de dados dos pacientes é feito de forma totalmente segura. 

Quais as tendências de tecnologia e inovação para a área da saúde?

Daniel: Temos várias tendências que devem ganhar força nos próximos anos na área da saúde. Podemos destacar a Internet das Coisas (IoT), por exemplo, com devices que monitorem pacientes, emitam alertas e gerem relatórios para acompanhamento clínico. Tem a telemedicina, com seu uso consolidado durante a pandemia e que deve responder por boa parte dos atendimentos de rotina no futuro, já que permite a consulta remota a pacientes – inclusive os fora dos grandes centros e que enfrentam mais dificuldade de atendimentos especializados. O uso da inteligência artificial também deve ser intensificado. Com essa tecnologia, ao analisar inúmeros dados coletados dos pacientes, como pressão arterial e nível de colesterol, é possível trabalhar com uma medicina preventiva. 

Quais soluções inovadoras devem revolucionar o setor e o mercado de planos de saúde?

Daniel: Além da telemedicina, inteligência artificial e IoT, podemos destacar a tecnologia blockchain, que pode ter um papel bem importante na área de saúde suplementar. Por exemplo, quando um usuário de plano de saúde é atendido em outro município, é necessário que as operadoras enviem os dados e a fatura para o município de origem para que o atendimento seja contabilizado. E parte desse processo ainda é feito manualmente. Com o uso de blockchain,  que registra dados e transações de forma distribuída e transparente, é possível tornar a troca de informações mais segura e ágil. Além disso, pode auxiliar no controle de estoques de medicamentos em um hospital e no armazenamento e alterações de dados em prontuários médicos eletrônicos. 

Como a pandemia impactou o desenvolvimento de healthtechs e suas soluções?

Daniel: Com a pandemia, a transformação digital aconteceu forçadamente, independentemente de cultura, tamanho e localização das empresas. Dessa forma, tecnologias que já estavam prontas e maduras para serem usadas em prol de uma maior democratização da saúde driblaram as “amarras” que existem nas organizações hoje e começaram a ser utilizadas em larga escala. Com todo esse movimento, healthtechs em estágio mais avançado tiveram a oportunidade de colocar em prática seus produtos e serviços e o mercado “abraçou” essas soluções para poder resolver problemas já conhecidos e que vinham sendo tratados de forma tradicional e analógica. 

Quais os próximos passos da Zitrus?

Daniel: Queremos transformar a saúde no país e melhorar o atendimento ao paciente, tornando essa relação médico e paciente ainda mais humanizada. Através do Zlabs, nosso hub de inovação, iremos exponencializar inovações disruptivas, que já vínhamos trabalhando dentro de casa. Assim, teremos a oportunidade de complementar esses projetos com as 23 Unimeds já associadas ao hub e ter um território enorme para testar e experimentar os produtos e serviços, que serão lançados em um curto espaço de tempo. Nossa expectativa é que novos ativos criados pelo Zlabs, assim como a TARIC, sejam apresentados ao mercado em escala acelerada.

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