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Como uma startup resolve um problema frequente de clínicas e consultórios e quer internacionalizar solução

Roberto Dozol, CEO da Nina / Foto: Divulgação

Fundada há três anos em Palhoça, na região da Grande Florianópolis, a Nina, startup focada em saúde, cresceu mais de 100% no último ano. Com um sistema que emprega recursos de inteligência artificial e tecnologia de ponta para soluções de confirmação de presença de pacientes, atende mais de 80 clínicas, hospitais, laboratórios e operadoras de saúde de todo o Brasil. Para este ano, a startup mira na expansão internacional. Desta vez, o Economia SC Drops conversou com Roberto Dozol Machado, CEO da startup. Confira  abaixo:

Como surgiu a necessidade de criar a Nina? 

Roberto: Nina surgiu a partir de uma realidade que afeta o setor da saúde: o absenteísmo de pacientes para consultas e exames. A ausência das pessoas é considerada um problema mundial na assistência à saúde, gerando desperdício de recursos tanto no setor público como no setor privado. Há estudos que indicam uma  taxa média de 38% para a falta de pacientes em consultas e de 32% em exames. Ou seja, a cada 10 pacientes, entre 3 e 4 podem faltar sem nenhum tipo de aviso prévio ao médico, à clínica, ao hospital ou a outro prestador de serviço. O que fazemos é ajudar as empresas a resolver esse problema, a partir do ConfirmationCALL, uma plataforma de confirmação de consultas que alerta o paciente e faz a confirmação de data e hora agendadas.

Quais os diferenciais e benefícios oferecidos aos seus usuários?

Roberto: Usamos recursos de inteligência artificial para reunir todas as informações que o paciente precisa saber sobre a consulta ou o exame, pois soluções de IA são capazes de analisar e aprender com a experiência de centenas de pacientes. Um dos diferenciais de nossa solução é o recurso de omnichannel. Ou seja, toda a comunicação dos nossos clientes para os pacientes deles segue o mesmo tom de comunicação, seja via SMS, WhatsApp, telefone, e-mail, além dos meios diretos, incluindo presencialmente. Na verdade, os recursos que adotamos são robôs e sistemas automatizados, permitindo que o paciente tenha a sensação de que está sempre falando com a mesma pessoa. Outro diferencial é acompanhar essa jornada do paciente. Ou seja, do dia em que ele agendou algum exame ou consulta até a data desse compromisso, por exemplo, o paciente receberá lembretes de confirmação pelo canal que ele escolher. Para exames, além da confirmação, nós também enviamos um checklist preparatório (com informações sobre o tempo de jejum, uso ou não de medicamento, entre outros), de modo a evitar que o paciente esqueça de algum detalhe importante e consiga fazer o seu exame com tranquilidade. Em três anos, realizamos mais de 10 milhões de confirmações para unidades de saúde de todo o Brasil. Somado a isso, damos todo o suporte ao cliente, personalizamos as suas mensagens de confirmação e apresentamos relatórios. Somente para uma operadora de saúde de Santa Catarina, a qual empregamos o sistema de Nina, conseguimos que 90% dos pacientes realizassem com antecipação a confirmação ou o cancelamento de consultas e exames. Isso permite a essa operadora agir de forma assertiva na gestão de sua agenda, de modo a colocar em atendimento outras pessoas que aguardam por uma consulta há tempo. Nosso sistema tem ajudado empresas a reduzir a fila de espera, que é um desafio para quem trabalha com saúde, atendimento e pessoas.   

Quais são os principais desafios do setor que a Nina tem atuado? Como é essa atuação?

Roberto: Se considerarmos a existência de mais de 200 fornecedores de sistema de gestão para clínicas e hospitais no Brasil, podemos dizer que a integração é o principal desafio, mas classificamos esse cenário como algo já mapeado pela nossa startup e transformamos o desafio em oportunidade para conexões, pois envolvemos o time de Nina com o do cliente e com o fornecedor do sistema de gestão. Assim, ampliamos a nossa cadeia de conhecimento e de contato que permitiu, aliás, conquistar uma carteira que ultrapassa 80 clientes em todo o Brasil.   

Em 2021, o crescimento da startup foi de 100%. Quais foram as estratégias responsáveis por essa expansão?

Roberto: Investimos em áreas estratégicas na empresa, como o marketing e a assessoria de imprensa para fomentar públicos e tornar Nina mais conhecida no cenário nacional. Amadurecemos nosso canal de vendas e relacionamento para dar velocidade às necessidades dos clientes. Somos adaptáveis. Ou seja, o cliente compartilha conosco a sua dor e nós avaliamos juntos como Nina consegue ajudá-los. Essa aproximação permitiu agir em outras frentes, como um sistema integrado de gestão de agenda médica entre uma operadora de saúde e os médicos que atuam nela. Outra linha de atuação foram as parcerias comerciais que permitiram conexões com empresas dos setores de tecnologia e saúde.   

Para 2022, quais os planos da empresa?

Roberto: Nina cresceu mais de 100% em 2021 e não queremos perder o ritmo, razão pela qual vamos adotar na empresa uma área de gestão de canais, marcar presença em mais eventos do setor de saúde, ampliar as parcerias com empresas e colocar em prática o nosso projeto de expansão internacional, a começar pelos países da América Latina.  A ideia de expansão internacional se deu após uma conversa com um fornecedor colombiano de software para a saúde. A operação vai iniciar na Colômbia, mas tem abertura para outros países, como México, Nicarágua e Peru, pois identificamos que o absenteísmo de pacientes não é algo isolado do Brasil; o problema é global.

Confira outras entrevistas do Economia SC Drops clicando aqui.

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