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Tempos de conversas difíceis

Foto: divulgação

Nos últimos meses temos visto um cenário macroeconômico desafiador. De grandes empresas, como a própria Apple, que anunciou o interesse de desacelerar custos com contratações, a startups em início de trajetória, o sentimento é uníssono.

Há o desejo de garantir lucro e, para isso, a projeção da contenção de investimentos e de reestruturação parece ser necessária.

Juros altos aliados com uma inflação insistente. Dois ingredientes econômicos, que atuam como peso e contrapesos entre si, que desta vez estão pesando no mesmo lado da balança.

Muitos podem achar que a situação acontece devido a uma “bolha” de mercado, já que houve também uma redução drástica de capital de risco disponível para investimento em empresas inovadoras.

Mas a situação vai muito além: é reflexo de uma crise global decorrente de dois anos de pandemia e sufocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Para quem vinha experimentando uma situação econômica favorável, mesmo com crises pontuais, ainda se tinha um crescimento, a iminência de uma recessão global parece irreal.

Ela não é o que gostaríamos e nem de longe se restringe ao nosso dia a dia. Todo o globo é afetado, alguns países mais, outros menos, mas não há como fugir. É o preço da globalização.

E é neste contexto que estamos, gestores e profissionais, enfrentando um momento de conversas difíceis. Precisamos, repetidamente, olhar para o cenário externo e nosso planejamento, refazer rota, reajustar investimento, reestruturar e cortar custos. Os números devem ser acompanhados mais de perto. É hora de gerenciar a escassez.

Se você tem passado por isso na sua empresa com certeza não tem tido dias dos mais agradáveis. Se você é um colaborador que perdeu o emprego ou viu a promoção tão sonhada ser adiada, também não. Ninguém escapa: empregado e empregador estão desconfortáveis.

Fato é que as coisas mudam, e essa mudança demanda conversas difíceis que trazem uma lição essencial. Sim, tem uma parte boa nisso tudo. Somos testados diariamente em nossas carreiras e momentos de incerteza e revisão são, talvez, os mais importantes. Mar calmo nunca fez bom marinheiro, diz o ditado.

Passar por isso pode não ser fácil, mas a resiliência será uma aliada para forjar lideranças melhor preparadas, cientes de riscos e oportunidades de mercado, prontas para vencer quando outros irão sucumbir. É hora de mostrar nossa capacidade em gerir os negócios, mitigar riscos e nossa criatividade em encontrar soluções para além do cenário previsível.

Para os profissionais liderados, este é o momento de revisão, de entender se está preparado para crescer junto com a empresa que passa por um período de adequações e se sairá da crise como um profissional de alto nível.

Conversas difíceis não são desejadas, mas necessárias. O que elas nos trazem no longo prazo pode ser o foco para tirarmos as melhores lições desse momento.

Leia outras colunas do Nilton Spengler Neto clicando aqui.

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Diretor de operações da PagueVeloz

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