Escritor, investidor-anjo, conferencista, apresentador de TV, podcaster, foi premiado por 4 vezes como o Melhor Anjo-Investidor do Brasil pelo Startup Awards. João Kepler, CEO da Bossanova Investimentos, que realizou mais de 1 mil investimentos em startups nos últimos 5 anos, é mais um entrevistado da série especial de um dos maiores eventos de inovação, tecnologia e empreendedorismo do Brasil, o Startup Summit, que acontece nos dias 4 e 5 de agosto, em Florianópolis.
Para você, qual a importância do Startup Summit?
João: Eventos como o Startup Summit são fundamentais para empreendedores, investidores e todo o ecossistema de startups. Vejo um benefício enorme em proporcionar aprendizado com referências nacionais e internacionais que estão mais à frente na jornada do empreendedorismo. Outro ponto que eu destacaria é a oportunidade de conhecer as pessoas e se conectar com elas, ainda mais em formato presencial. Networking fortalece os ecossistemas.
O que podemos esperar da sua palestra no evento?
João: Um bom pitch é essencial para o empreendedor que busca investimento e, na minha palestra, vou ensinar o que os investidores levam em consideração nesse momento. Há vários tipos de pitch, cada um com uma estratégia e forma de comunicar, por isso é importante saber o tempo disponível e para quem você está falando. O empreendedor vai sair preparado para apresentar sua startup, sabendo o que realmente interessa a quem vai investir.
Pesquisas recentes, como a da Distrito, mostram uma quebra no número de aportes feitos neste ano. Como você avalia esse momento no Brasil?
João: É um momento de reajuste em que os investidores estão tomando decisões com mais prudência. Para as startups em estágios de crescimento avançados, significa que as rodadas de investimento devem ficar mais difíceis e lentas. Por isso, elas têm buscado equilibrar o caixa e ajustar o time, mirando o breakeven. Aquelas em estágio inicial devem se empenhar para ter sustentabilidade desde o início, levando em conta que ainda há capital disponível para negócios que resolvem problemas reais e geram valor.
Qual o balanço do primeiro semestre da Bossanova?
João: Desde que anunciamos a marca de mil startups investidas no portfólio da Bossanova, em março deste ano, ainda investimos em mais de 500 startups, e estamos confiantes que os números vão continuar crescendo até o final do ano. Investimos em negócios de tecnologia B2B e B2B2C, em estágio pré-seed, que tenham modelos de negócio digitais e escaláveis. Nosso foco está em startups em fases iniciais, é a nossa tese, e buscamos ter comitês de investimentos em diversos setores, muitas vezes em parceria com ecossistemas locais de inovação.
Quais os principais critérios para considerar uma tese em um bom investimento? Qual o pitch ideal?
João: Há tipos diferentes de pitch, dependendo da situação e do perfil do investidor, mas algumas informações são fundamentais para a decisão: o mercado onde a startup atua, a solução que ela propõe para o problema que encontrou nesse mercado, como a solução foi validada, os resultados parciais do negócio e as projeções para o futuro. Para mim, o melhor pitch vai direto ao ponto, sendo adaptado ao tempo disponível e a quem vai ouvir.
Quais são as principais dicas para quem busca um investidor de venture capital?
João: Minha dica ao empreendedor é: se prepare. Você que está buscando investimento deve ter em mente que precisa entregar o mínimo que os investidores vão analisar. Para isso, avalie se está capacitado para dar esse passo e se é realmente o teu desejo. Quando apresentar o negócio ao investidor, foque no problema que ele resolve e mostre os resultados dos testes que já fez para validar a solução. Muitas vezes, vale testar uma série de hipóteses para ver qual modelo de negócios funciona melhor, por exemplo. Além disso, saiba se há compradores para a solução e qual o tamanho do mercado. Esses são pontos básicos para ter chances de sucesso.
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