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Dinheiro: isso é papo de mulher?

Foto: divulgação.

Aqui em casa quem cuida das finanças sou eu. Monitoro o orçamento doméstico, início as conversas sobre as metas e estudo sobre investimentos.

Mas essa é a exceção na maioria dos lares. Se falar sobre dinheiro já é um tabu, imagine uma mulher tocando neste assunto.

Vejo muitas mulheres ao meu redor, amigas, familiares e clientes, se esquivando do assunto DINHEIRO, mesmo ganhando bons salários ou tendo negócios altamente lucrativos.

Os argumentos que geralmente ouço para justificarem este comportamento são: “esse assunto é muito chato” ou “é muito difícil”.

A maioria delas delega decisões financeiras (investimentos, por exemplo) para o parceiro ou para um conhecido que seja “bom em exatas”.

Confesso que eu também já negligenciei esta parte de cuidar das finanças. Além de complexo, acreditava que ao controlar meu próprio dinheiro eu teria meus prazeres castrados, porque teria que cortar tudo ou diminuir gastos.

O medo de encarar a realidade dos números também me fez, por muitos anos, achar que dinheiro não era assunto de mulher.

Quais são os possíveis motivos para a aparente relutância das mulheres em relação às finanças?

Há diversos fatores que podem contribuir para a aversão das mulheres em relação às finanças. Alguns desses motivos incluem:

  1. Estereótipos de gênero: A sociedade muitas vezes associa finanças e investimentos ao domínio masculino, o que pode criar uma barreira para as mulheres que desejam se envolver com esses assuntos.
    Não há provas de uma pré-disposição biológica do homem em ser melhor em exatas do que uma mulher. Como apontam várias pesquisas na área comportamental, o estereótipo da mulher não lidar bem com números ou ser mais cautelosa é uma construção cultural.
  2. Falta de educação financeira: Mulheres podem não ter sido expostas à educação financeira de maneira adequada durante sua formação, o que pode resultar em uma falta de confiança na tomada de decisões financeiras. Historicamente fomos poupadas da tomada de decisões financeiras na família, por desempenharmos outros papéis relacionados ao cuidado com o lar ou educação de filhos. Enquanto cabia ao homem o papel de provedor e gestor das finanças.
  3. Falta de modelos de referência: A falta de exemplos de mulheres bem-sucedidas e financeiramente alfabetizadas pode limitar as aspirações financeiras das mulheres e dificultar sua identificação com esse campo.

Referências são necessárias!

Para além de nos educarmos financeiramente, precisamos desafiar estereótipos prejudiciais e buscar referências femininas.

Como mencionado acima, o estereótipo e as experiências moldam nossas atitudes, pois tendemos a agir de acordo com as expectativas sociais. Isso impacta diretamente a forma com que a mulher lida com o dinheiro.

Finanças é papo de mulher, sim! No mês em que comemoramos o dia da mulher é essencial abordar estes desafios para expandir a educação financeira e desafiar estereótipos prejudiciais.

Por ter sido menos estimulada no assunto, a mulher tem uma vulnerabilidade financeira maior do que a do homem.

Isso pode gerar impactos negativos em seu futuro, tais como: poupar menos para aposentadoria, ter menos recursos para lidar com imprevistos e receber aconselhamento financeiro inapropriado.

Ao capacitar as mulheres com conhecimento financeiro e criar um ambiente que as apoie, podemos ajudá-las a superar qualquer relutância percebida em relação às finanças e alcançar seu pleno potencial financeiro.

Antes dos números vem a autoconfiança! E com este texto eu quero incentivá-la a desenvolver suas habilidades na área financeira também. Pois não existe lugar que seja mais naturalmente frutífero do que aquele onde está uma mulher.

Feliz dia para todas nós!

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Planejadora financeira que ajuda pessoas a conquistarem a tranquilidade financeira e multiplicarem seu dinheiro.

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