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Muros, mapas e escolhas

Foto: divulgação

Estamos atravessando um dos momentos mais complexos da geopolítica contemporânea. A escalada das tensões entre Irã e Israel, as políticas cada vez mais rigorosas de imigração nos Estados Unidos, as incertezas econômicas na Europa, somadas à ascensão dos BRICS e à possível criação de uma nova moeda comum, não são apenas movimentos diplomáticos ou manchetes internacionais. São ondas tectônicas que moldam diretamente o ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Ignorar esses sinais é escolher operar no escuro. Porque, hoje, não entender o que acontece fora do país é comprometer decisões dentro dele.

Quem investe, produz, importa, exporta ou lidera pessoas precisa, mais do que nunca, enxergar além das fronteiras. O tempo em que se podia crescer com uma visão puramente local acabou. O jogo agora é mais sutil, mais veloz e mais entrelaçado. A nova vantagem competitiva não está apenas no capital ou na tecnologia. Está na leitura. Na capacidade de entender o jogo antes que ele mude.

E é aqui que começa a separação entre os que prosperam e os que reagem. Entre os que pastoreiam suas escolhas e os que são pastoreados pelos fluxos do sistema. Entre os que navegam por estratégia e os que são levados pela corrente.

Compreender como o xadrez internacional se movimenta é, hoje, tão importante quanto entender seu próprio fluxo de caixa. Porque tudo está conectado. O avanço de uma moeda alternativa ao dólar mexe no seu preço de importação. O endurecimento migratório nos Estados Unidos influencia o câmbio, o turismo, o comércio e até a confiança no consumo. As sanções econômicas entre potências interferem no crédito e na rota dos insumos.

Geopolítica não é mais um tema distante. É uma competência estratégica. Nesse contexto, dominar o idioma certo ajuda. Dá acesso direto às fontes primárias, reduz o delay da informação, permite autonomia de leitura e interpretação. Como bem disse o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, em um mundo global, a língua que você fala determina o mundo que você entende.

Mas não se trata apenas do idioma. Trata-se do entendimento. O inglês é uma ferramenta. A vantagem real está em como você usa essa ferramenta para antecipar movimentos, evitar armadilhas e aproveitar oportunidades. Porque em um mundo assimétrico, veloz e interconectado, não vence quem corre mais rápido. Vence quem enxerga antes.

E você? Vai esperar que os muros decidam o seu alcance, ou vai mapear o caminho com lucidez? Vai deixar que os outros escolham o jogo, ou vai entender o tabuleiro antes que ele se mova? O futuro não é uma sorte. É uma estratégia. E, como toda boa estratégia, ela começa com informação, contexto e decisão.

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Multi-empresário, fundador e CEO do KNN Group, holding que administra cerca de 20 empresas, entre elas a KNN Idiomas, uma das maiores franquias de escolas de idiomas do país, possui negócios nas áreas de marketing, contabilidade, administração imobiliária, entre outros. Também é palestrante e escritor.

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