De acordo com a pesquisa Pulso Empresa, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a construção é apontada como o setor de maior incidência de efeitos negativos vindos da pandemia este ano, com quase metade dos respondentes assinalando uma piora nos seus negócios.
Após o trimestre de resultados negativos no saldo de empregos, entre março e maio, o setor em Santa Catarina abriu 1,6 mil novas vagas nos últimos dois meses e acumula 2,3 mil trabalhadores a mais no ano.
Em relação às obras, o total de metros quadrados construídos este ano ainda é inferior ao dos oito primeiros meses do ano passado, em 3,1%.
O mesmo acontece com o total de obras, que é 10,5% inferior ao do mesmo período do ano anterior.
Essa redução, contudo, deve-se especialmente às reduções na construção de edifícios comerciais (-12,8%) e industriais (-29,6%).
Em ambos os casos, o total de área construída estava em aquecimento nos dois últimos anos, o que indicava o retorno dos investimentos e a perspectiva de crescimento da economia brasileira.
Durante o ano, o aumento das incertezas, o risco atrelado às condições sanitárias e, principalmente, a redução da capacidade de investimentos das empresas reduziram o número de obras e de construção para fins de empreendimentos.
Por outro lado, as atividades ligadas à construção de edifícios residenciais apresentam outro panorama.
Com crescimento de 8,7% na área construída no ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior, as construções residenciais se destacam pelo ritmo de crescimento, alcançando o melhor desempenho para um mês de agosto desde 2012.
Além do crescimento de área construída, o número total de obras também acompanhou o ritmo de crescimento nos últimos meses, alcançando valores próximos ao de agosto de 2014, com 2,7 mil obras residenciais.
As cidades de Joinville, Itapema e Balneário Camboriú concentram a maioria destas construções.
A cidade de maior população do estado não apenas se destaca com o maior volume de área construída, detendo 12% do total do estado, como também pelo crescimento no ano, uma vez que deteve menos de 9% da área construída no ano passado.
De acordo com o economista Henrique Reichert, da Caravela Soluções,este ano têm sido marcado por uma movimentação das pessoas em busca de conforto no lar:
“O baixo desempenho econômico dos últimos anos criou uma demanda imobiliária reprimida que deve ser explorada nos próximos anos. O setor da construção tem percebido essas tendências e conduzido seus investimentos nessa direção”.