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Meta, Amazon, Zoom e Microsoft encerram programas de diversidade para 2025

Foto: Alexas_Fotos/Pixabay

Adeus ano velho, feliz ano novo. Parece que 2025 chegou com tudo, mas ainda com algumas migalhas do século passado.

Na vanguarda de muitas inovações que mudaram a forma como nos relacionamos com a comunicação e o consumo, algumas empresas de tecnologia resolveram mudar o seu DNA inovador cortando a corda pelo lado mais fraco.

Meta e Amazon, só para citar algumas, são as bigtechs americanas que já anunciaram a redução ou eliminação das iniciativas ligadas à diversidade e inclusão para o ano de 2025.

O movimento segue a tendência de outras grandes empresas de tecnologia, como Microsoft e Zoom, que também reverteram seus esforços voltados para D&I após o aumento das críticas e a ascensão de processos judiciais relacionados a iniciativas voltadas para as comunidades negra e latina.

Especificamente da Meta, a medida afeta iniciativas voltadas para a contratação de pessoas diversas, além de treinamentos especializados no assunto e o fornecimento de recursos para empresas de propriedade de minorias.

Esse movimento é uma resposta às pressões conservadoras que se intensificaram nos últimos anos, principalmente após as mudanças de checagens e validações das veracidades adotadas pela Meta, a partir de 2012.

A partir dessas respostas, surgiu o recém anúncio publicado por Mark Zuckerberg, no qual ele revê tais políticas de checagem, permitindo que as correções de informações sejam feitas pelos próprios usuários e usuárias e não mais por iniciativas especializadas – em nome da liberdade de expressão.

Com isso, a Meta faz um aceno claro ao novo momento político vivido no país, principalmente com a retomada republicana ao poder, com o recém-eleito presidente Donald Trump nos EUA.

Vale lembrar que em Dezembro de 2024, a Meta doou 1 milhão de dólares para o fundo inaugural de Trump, juntando-se a grandes empresas de Wall Street e do Vale do Silício que prometeram doações. 

Muito mais que justiça social, ações de diversidade e inclusão estão ligadas ao faturamento das empresas. Um estudo feito pelo ID_BR (Instituto Identidades do Brasil) sobre o impacto da diversidade no mercado de trabalho mostra aumento na produtividade das empresas entre 2010 e 2019.

De acordo com o levantamento, para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, observou-se um incremento de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de elevação da diversidade de gênero, verificou-se um acréscimo de quase 5% na produtividade das empresas.

Fatores como melhoria no bem-estar, a composição diversificada no quadro interno, com ambientes mais agradáveis e inclusivos, são alguns dos benefícios de um ambiente mais diverso.

O que chama a atenção é a desatenção para esses fatores nessas grandes empresas. Se por um lado, há uma notoriedade global a partir das inovações já implementadas por essas bigtechs, por outro, recuar nas suas políticas afirmativas poderá comprometer o seu crescimento no longo prazo e até nessa imagem vanguardista já consolidada.

Ainda há muita água para rolar após esse anúncio, inclusive no Brasil. Mas os movimentos já iniciados em 2024 e que tomaram ainda mais força em 2025, demonstram uma baixa nas iniciativas de diversidade e inclusão em empresas gigantes de tecnologia e que precisarão ser acompanhadas de perto.

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Líder de gestão de mudança e cultura na Central Ailos.

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