Mais de 5 mil pessoas estiveram na 35ª edição do CONCARH, realizada nos últimos dias 09, 10 e 11 de Julho. Foram mais de 200 diferentes atrações entre palestras, workshops e expositores falando dos mais diversos assuntos ligados à gestão de pessoas.
Um ambiente farto de conhecimento e conexão, preparado com muito cuidado e carinho pela ABRH Santa Catarin e suas 08 regionais catarinenses espalhadas por todo o estado.
Apesar de não ter conseguido assistir a todas as apresentações, por questões óbvias, houve um tema que predominou naquelas que eu assisti e não poderia ser diferente: a inteligência artificial.
Palestras de Pedro Dória, Gustavo Brito, Luciano Santos, Rafael Cortez, Alysson Torrero, Adriano Lima, só para citar alguns que consegui assistir, foram os convidados(as) que abordaram a IA em seus temas.
Ainda tivemos Djamila Ribeiro, Grazi Mendes, Alexandre Kalache, Caçadores de Bons Exemplos, Daniel Hosken, Milca da Silva, Morgana Roncáglio e entre outros nomes que pude acompanhar no evento.
Se o Netflix levou 3 anos e meio para alcançar 1 milhão de usuários, o ChatGPT precisou de apenas 5 dias. Os tempos são outros, é claro. Mas o potencial é indiscutível.
E para todo esse potencial, o esforço humano para saber utilizar seus benefícios tem sido tão intensos quanto suas promessas.
Para cada prompt escrito no ChatGPT, por exemplo, 1 litro de água é utilizado para resfriar os servidores que processam os dados que chegam até a resposta para o usuário. Isso significa que, países com uma alta malha hídrica como o Brasil, deverão ser exigidos para sustentar todo esse potencial.
Potencial, no qual, precisamos aprender a interpretar todos os dias. Para mim, o receio da IA substituir o ser humano é tão verdadeiro quanto o receio que tivemos quando surgiu a calculadora. Poderá ser passageiro e o seu uso será tão normal quanto exigido.
Mas sim, estudos já apontam que a IA poderá impactar no emprego daqueles que atuam em escritório da mesma forma que a automação impactou naqueles que atuam em fábricas anos atrás.
É importante notar que uma LLM, Large Language Model (Modelo de Linguagem Grande), é uma calculadora probabilísticas que coloca a as palavras em uma ordem de acordo com a probabilidade dela servir para a sua resposta a partir do banco de dados no qual ela consulta.
E se isso é, por si só, motivo para substituir os humanos, ainda não sabemos.
Assim como qualquer novidade que se populariza, a IA não possui um modelo cognitivo sobre o mundo real como o ser humano possui. Ele não conhece um gato como ele é na vida real, mas responderá que o gato mia caso você pergunte a ele o som que um gato faz.
Pois no fim, os registros que alimentam o LLM falam muito mais que o gato mia ao invés que o gato late, por exemplo.
Assuntos como Cultura Organizacional, Liderança e Educação Corporativa, assuntos nos quais me posiciono como especialista, é onde mais exploro o uso da IA.
E essa é a melhor forma de começar, de acordo com o Pedro Dória. Usar os assuntos nos quais você mais entende para aprofundar no LLM não é esperar que ele te ensine o que você não sabe. Mas é investigar as respostas trazidas e validar com a criticidade esperada de um ser humano.
Inclusive, se você instruir a ferramenta a rascunhar a primeira versão, analisar com paciência e, só então, entregar a resposta final, você terá um resultado diferente.
Essa criticidade é tãi importante que o Pensamento Analítico é a habilidade número 1, das Top 10 Listadas para o futuro de 2025-2030, de acordo com o World Economic Forum. E dessas 10 habilidades, 08 delas são comportamentos.
Mas para terminar. Tão importante quanto entender os impactos da IA no ambiente de trabalho, é saber que, esse mesmo ambiente de trabalho, já demonstra disfunções importantes que precisam ser resolvidas.
Pesquisas como a da Gallup, State fo the Global Workplace 2025, trazida na apresentação do Luciano Santos, apontam 69% dos funcionáriso globalmente desengajados e 15% desses ativamente desengajados. Será que esse número é a realidade da sua empresa?
A IA foi inventada na década de 50 e se popularizou nos últimos anos, principalmente com a OpenAI e o ChatGPT. Mesmo com meio século de vida reconhecido, ainda estamos apenas no começo. Não sabemos o que ainda vem pela frente a não ser pelas previsões que, em muitos casos, só servem para engajar em rede social e vender cursos por aí.
Mas tudo isso contribui para aprendermos como usar a IA a nosso favor. Tudo isso ainda nos permite acreditar que tem jogo e que estamos dispostos a tirar o melhor dele. Mas a caminhada é longa e estamos só começando.
E sabe o que é mais engraçado? O fato é que, apesar de faltar muito, falta menos a cada passo que damos.