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Como será o escritório do futuro?

Fotos: divulgação

A pandemia completa um ano no Brasil, com novas cepas mais contagiosas e ainda mais letais. Com esse cenário, os espaços de trabalho compartilhados foram quase que totalmente substituídos pelo home office. Conversei com algumas lideranças que estão à frente dos maiores hubs de inovação do Brasil para entender o que será tendência nos próximos anos.

Na opinião de Renata Petrovic, Head do Inovabra Habitat, ambiente de coinovação do Bradesco, o grande valor dos espaços compartilhados é a capacidade de gerar conexões frutíferas.

Para ela, o espaço físico ainda tem um papel relevante a desempenhar, especialmente quando estamos falando de inovação:

“A tão falada serendipidade, ou a capacidade de descobrir coisas boas por mero acaso, não consegue ser reproduzida através de ferramentas tecnológicas. O contato humano e a espontaneidade trazem toda uma camada de conteúdo importante para processos de co-criação. A imersão em um ambiente com pessoas inspiradoras é fonte de transformação cultural para as organizações”.

Para Lilian Natal, head da Distrito, o futuro é flexível:

“Existe uma tendência dos espaços físicos se transformarem em não apenas espaços de trabalho, mas lugares de encontro, de entretenimento, de pesquisa, de showroom, de co-criação. Eles passarão, cada vez mais, a gerar muito mais valor do que simplesmente ter uma mesa para trabalhar”.

Segundo Dani Junco, fundadora da Casa B2Mamy, que conecta mães ao ecossistema de inovação, o modelo híbrido chegou para ficar e a pandemia tornou o mundo mais dinâmico:

“Teremos um ecossistema de trabalho mais diverso e as empresas vão poder contratar alguém de qualquer região do Brasil”.

Já para Livia Brando, Country Manager da Wayra Brasil, hub de inovação aberta da Vivo, pontua uma questão importante: o fato de não gastarmos mais tanto tempo com deslocamento desnecessários e a quebra de tabus sobre reuniões e eventos digitais trazem inúmeros benefícios, redução de custos e melhoria na qualidade de vida das pessoas. 

“Não fazia mesmo sentido que todos se deslocassem no mesmo horário aos escritórios concentrados em determinadas regiões. Para vagas de backoffice ou desenvolvimento, por exemplo, ficávamos reféns de um mercado com mão de obra limitada, quando no modelo digital é possível acessar uma oferta muito maior pois não há limitações geográficas”, avalia.

Por outro lado, ela explica que somos seres sociáveis e os laços físicos e presenciais vão continuar sendo muito importante para as relações, pois geram confiança e empatia:

“Vejo que os espaços físicos irão evoluir para espaços menores e rotativos ou se transformando em pontos de encontro para conexões e reuniões. Na minha opinião a conversa no cafezinho e o famoso networking tão comum nos eventos, são insubstituíveis. Cabe a nós conseguir balancear o modelo híbrido de acordo com a área que cada pessoa exerce alinhado à cultura de cada organização”.

A pandemia acelerou o mundo digitalmente, mas ainda temos a necessidade humana do contato físico e os olhos nos olhos. A aposta de todas essas mulheres é de um futuro híbrido, flexível e sustentável. 

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Jornalista do ecossistema de startups

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